terça-feira, 28 de novembro de 2017

Dores no joelho

Hoje há uma fonte inesgotável de você em mim,
hoje há um monte de motivos pra desandar por aí,
pelas lembranças,
pelas andanças, pelas tranças,
e as pajelanças pras minhas dores no joelho...

Hoje, assim como ontem,
ainda vivo crendo,
ainda penso que o amor é como o oxigênio,
e por isso não esqueço,
eu quase sempre me lembro,
da saudade, da vontade,
da falta e dos desastres a nossa volta...

Hoje há uma fonte inesgotável de você em mim,
e ainda há um monte de motivos pra desandar por aí,
por mim, por nós,
por toda essa vida.

Acredite

Dos dias infindos de ressaca,
e das noites imensas sem porquê,
tire um pouco de vida pra viver a semana,
guarde um pouco de amor,
tenha qualquer desejo alquímico e misture tudo...

Diga aos outros que não entende,
e que apenas faz e pronto,
diga que seu sorriso não se explica,
e que a agonia que te viram sentir
era miragem, era só de sacanagem.

Não encene qualquer papel,
mas aceite do mundo uma ou outra desilusão
pra poder molhar os olhos.

Tenha fé nos céus, nos deuses,
nas luzes inexplicáveis
que passam pelas nuvens à noite.

E acredite cegamente na terra,
nas forças telúricas,
nas pegadas vindas de todas as direções
que marcam as areias...

Acredite nelas, nas mulheres,
nas meninas de olhos claros,
e viva.

Imagem do dia!


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Menina lua

Ela é menina lua,
sabe bem o que a noite é,
o retiro dos folgados,
lugar de exaltação dos loucos,
viciados, dos poetas sem razão...

Ela sabe bem de tudo,
sabe que a noite não mente,
e o perigo não está nela
mas em todos os seus residentes.

Ela é menina lua,
não tem medo de andar no escuro,
e diz ao mundo cão, hoje não,
que é noite de lua cheia...

Com os pés num riacho límpido
e os olhos voltados pro céu,
com o vento nos cabelos,
rezando pra uma lua cor de mel.

Ela é menina lua,
sempre cheia de palavras fáceis,
não nega nunca ao que veio,
se revela com os olhos agéis.

É de alma lunar,
vida mansa,
de sombra e onda,
de sangue e qualquer coisa,
qualquer coisa que a noite dá.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Louco de pedra

Tudo que há lá fora
já não faz a menor diferença,
o sol ou a chuva,
dias de frio e calor...

Porque você sabe que eu sou
louco
de pedra, com as pernas viradas pro ar,
louco
de pedra, com as penas no bolso preparado pra saltar...

Pra fugir desse mundo,
e forjar novo assunto,
só pra ter o que falar
pros olhos mais lindos das meninas do lado de cá.

E como um Deus, deslizar, sem sentir nenhum cansaço,
fulgurar pelas pistas sem nenhuma ameaça,
ter em mim, sentimentos,
e poderes desastrados,
sobreviver pra contar,
para os filhos e netos...

Sem fugir desse mundo,
inventando novos assuntos,
só pra ter o que falar,
pra conquistar as meninas mais lindas...

Porque elas sabem que eu sou
louco
de pedra, de vida incerta e palavra sincera
como ninguém fará igual,
louco
de pedra, pintando aquarelas, vivendo nas telas
de um mundo pouco habitual.