segunda-feira, 29 de abril de 2019

Ode ao canto sul

Fiz uma bossa ao nosso santo,
eu quis a bossa da cidade.

E fiz na verdade,
uma ode aos cantos de sebastião,
ao canto mais ao sul
deste lugar que pertence ao verão.

Fiz uma ode à guanabara,
e as nossas falas
mais que repetidas,
nossas meninas,
nossas mentiras,
e o vento sul...

Veja só,
note bem essa armadura de pedrinhas portuguesas,
olha que beleza, as folhas das amendoeiras.
E as palmeiras centenárias do jardim,
nossas areias...

Veja o sim, e repita pra mim
nas noites do baixo,
desses baixos daqui...

Eu fiz,
fiz uma ode ao canto sul,
aos cantos do sul de Sebastião,
São Sebastião,
do Rio de janeiro,
do Rio de janeiro.

Imagem do dia!

Baile do Municipal 1949 - Colorização Reinaldo Elias

Não conheço bem

Ela me trocou
por um amor de carnaval
e fez da minha fantasia de palhaço
um traje quase usual...

Não me pediu licença,
muito menos perdão...

Não teve pena dos meus olhos verdes,
e nem apareceu
pra enxugar as minhas lágrimas,
ela sumiu, virou a página.

Ela me trocou
por um amor de carnaval
e bem na quarta de cinzas
voltou como se fosse normal...

Maluca, lunática,
esquisitíssima...

Já não conheço bem
essas meninas de família.

Não se mede

Parece tudo ainda muito estranho,
e já fazem tantos anos,
você me descartou
pra viver sem medo um outro amor.

Te perdi por ser criança,
por ser triste e inseguro,
e eu sonho com você
os meus sonhos mais confusos.

Ainda lhe tenho amor, um amor inexplicável,
que dói e me apaga do mundo,
que me rouba as coisas mais lindas,
a culpa é dessa esperança,
dessa ilusão imorrível,
do dia em que você vai vir bater à minha porta...

E tudo vai ser igual,
vai ser do jeito que foi um dia,
e eu não vou nem lembrar
que você sumiu das minhas vistas.

Porque ainda lhe tenho amor,
um amor inexplicável,
amor que não se mede,
que não se pode apagar,
um amor que não se mede
e não se pode apagar.

Imagem do dia!