terça-feira, 27 de setembro de 2011

Clube vida fácil

Há de se entender
tudo pode ser melhor
viva sem querer chegar...

Faça com que se encurtem os caminhos
e os lindos dias durem mais
com aquele céu de meio dia.

E que as noites sejam claras
sempre à benção do luar
com aquela vontade de não ter que dizer mais nada.

Por que há de se entender
tudo pode ser melhor
viva pra querer lembrar...

Faça o sublime ser rotina, ser assim...
mais do que fundamental!

E que as meninas sejam sempre a luz de todo amanhecer,
tenham olhos claros e amor sempre para oferecer,
que sejam todas lindas, que sejam todas minhas...

E que os anos esqueçam de mim
por que tempo não é dinheiro
mas é vida e vale mais do que qualquer trocado.

E que tudo seja lindo, sim!
Pra quase todo mundo...

Não sou santo, não vou negar...
que tem gente por aí merecendo se perder bem mais do que se encontrar.

E ainda há de se entender
tudo pode ser melhor
viva pra fazer lembrar...

Case com o acaso e perpetue essa vontade
pregue toda sua exatidão...

Faça-se presente em toda tarde vazia,
fazendo das areias de novo o seu lugar,
assim seja e veja como deve ser
e porque deve ser... tudo sempre melhor!

Imagem do dia!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sono

Sono ás sete em ponto
essa é a falta que você me faz
to ficando paranoico e preguiçoso demais

Te vejo em mil lugares
os olhos e os hábitos vulgares
nos nossos lares por toda parte...

Trincados em pele
rindo à toa, vendo o que é gelado e ferve
a ferida em carne viva, viva a vida, viva a vida

Quantas vezes escutei da sua boca

Quantas histórias eu ouvi e chamei de louca

E a vontade de matar todos os seus protagonistas eu nunca escondi
nem o ciúme de não ser mais seu, o ciúme de não ter você...

Outro dia por acaso, me vi no mesmo elevador
senti um arrepio, um aperto forte quando o sexto andar passou

Quase bati naquela porta, pra ver se ainda tinha alguém
rezei baixinho pra que abrissem e eu pudesse então talvez me encontrar
lembrar o que fui ali, sentir o que foi você pra mim.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ta comigo ta com Deus

Penso em você enquanto você dorme,
me sinto menos homem sem poder dizer...
Que o que digo as vezes não reflete o que eu sinto
e o que não digo quase sempre é melhor de se ouvir.

Amor eu não sei das regras do jogo,
não sei o conjunto, nem pensar por dois.
Eu não sei quase nada, não se surpreenda,
me entenda, eu nunca fiz o tipo certo pra amar.

Por isso ando perdido sem entender o que é tudo isso,
o lance meio vazio, mas que tomou meus pensamentos.

A culpa é tua e dos teus olhos, e do teu corpo,
e de tudo aquilo que eu nem posso listar
sem perder a ternura...

Antropologicamente falando me sinto matéria batida,
me sinto clichê e fraco, igual a todos os homens ratos que conheço,
que vivem de coleira e anel, mas tem orgulho de bacharel.

Por isso me vejo sem pés nem chão de repente
e ao mesmo tempo só me vem na cabeça o desejo de ter você.

Pra dividir o medo, proteger nem sei de quê,
pra poder dizer tá comigo tá com Deus...

Imagem do dia!

domingo, 18 de setembro de 2011

Inveja de vampiro

Cantos que prendem um pedaço de mim,
fazem lágrimas rolarem para cima...

E os pedidos de "seja mais!",
realize, dê abraços doloridos,
mantenha mesmo que por orgulho os olhos inchados bem longe,
mal servidos, sem qualquer brilho...

Esses pedidos distanciam o homem da alma,
fazem um mal silencioso que corrói de dentro pra fora,
te muda, te usa, te dobra...

E não por acaso
essa sujeira toda que alimenta o bando
e que rechaça a pureza já na retina
é algo que de repente se tornou mais normal
te faz mais feliz.

É assim que se fabrica a mudança,
com o progresso em terra
e o regresso a deriva em diversas dimensões.

Afinal... somos ou não só vampiros?

Reféns da inveja vespertina
onde acha-se o tempo perdido
em outras vidas
e a lucidez que vaga em tipos, em clichês assassinos.

sábado, 17 de setembro de 2011

Caixa de pandora

O néctar da noite dita o efeito
dita o meu jeito e os feitos que eu devo contar
faz da noite uma caixinha de surpresas
e a cada copo alguma coisa pode mudar

Nem que seja o ângulo de ver o mundo
e por ser vagabundo a liberdade eu não precisei comprar
eu nunca precisei pagar...

A madrugada estende a mão
salva e leva tanta gente
conhece os pulsos das mansões e da sarjeta
todos os malucos que não se medem pela grana
todas as vadias, e as meninas de familia
traficantezinhos, otários, viciados, boas pintas...

A noite é de todos
caixa de pandora
labirinto de perdição

A noite é de todos
é uma criança cruel e doce
que não gosta de ouvir não.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Dia após o outro

Do nada a noite fez sentido
retornei ao meu penar, meu viver sofrido
e o silêncio foi rompido pelas notas do poeta
de quem foi sonho e viveu tempos melhores
de quem cantou dias, noites, e flores...

A ausência de luz
o sol do outro lado do mapa
os sons perdidos pela madrugada
se afogando na escuridão

Tudo se transforma, num banquete de sons e sabores
de dúvidas e temores, e como combinado as horas passam devagar
enquanto dito o ritmo da noite nas lembranças
e faço delas o açoite doce das minhas tristezas...

Bato o dedo, sozinho deixo a marca
e os versos tomam nota, fazem sentido, ganham vida própria
se cantam, se unem em prosa...

Por toda noite que em um lapso me deixo voltar
a sofrer sem improvisos, chorar sem ter motivos
perder-me em tudo que tive na mão
tudo que eu conhecia como a palma e perdi sem razão...

Me faço de tolo já que não fui digno dessa sorte
vivo e apago pouco a pouco
pra que levite e evite ser nascente de mar em terra
divido a culpa com o tempo
com a ingenuidade dos amores e seus momentos
e as palavras do tal poeta...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Olhos fechados dizem tanto

Se teus olhos fechados me convidam pro amor
Eles abertos me chamam de bobo

Se minha sina nesse mundo é essa, eu não vou reclamar
Amar seus limites, relembrar nossos hits, rir dos seus chiliques...

Sempre com brilho no olhar.

Minha alma canta e esse brilho me encanta a tanto tempo sem cessar
E o vento vem, vem com muito mais que o tato
Me atenta e vem com beijos e abraços
Com momentos a se apagar, na areia de uma praia num céu de amor e amar.

Se teus olhos fechados, me convidam pra te apreciar
Eles abertos hoje são desertos e me dão sede de amar...

E se não mato a sede ela me mata, maltrata sem dó
E se me atenho ao pó...
Dos livros lidos a tempos, bons tempos...

Que eu já não lembro mais.

Levanto sacudo a poeira mas fico por baixo
Com saudade dos seus abraços, sofrimento por opção...

Sem ouvir nem sim nem não.

E teus olhos fechados, ainda me convidam pro bem
Eles abertos são póços escuros, calabouços, murmúros...

De sim e de não.

domingo, 11 de setembro de 2011

Tapas

Entre tapas
as etapas se encerram
e é preciso dizer que é quase sempre assim
todas sem fim, frustradas
perdidas em terra, chorando por mim...

É tão incrível...
esse lance, a novidade de eu ser um ser passível de algum sentimento bom.

De alguém que deseja tanto essa espera
e acredita que eu devote a vida, que eu esteja sempre ali.
Não vê uma sombra das falsas falas, nem suspeita do óbvio,
da distância e da crueldade de saber que antes de tudo,
já havia no prefácio aquele adeus...

O "eu" me distancia de "nós".
E é por isso que nós não somos mais como fomos,
ainda que desejássemos, já não somos.

E entre os mesmos tapas agora correm veias,
que bombeiam mais que sangue nesses momentos.
Fazem que os sentimentos estanquem
para que toda fraqueza seja raiva em um instante
e todas as falhas por mais lindas que fossem...

Sejam só um sinal
de adeus...

Sejam só um sinal
de adeus...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Falta

Disperso ainda há pouco no meu quarto
me peguei pensando em nós dois sem querer
de uma forma tão intensa que depois de tanto tempo
ainda consegui sentir seu cheiro em mim

E lembrei de tantas coisas
que agora são tão diferentes
mas nem sei dizer também se isso é bom ou ruim

Bate uma falta que vem sem nome
sem endereço e telefone
quase tão longe quanto agora somos eu e você

Mas mesmo assim ainda maltrata
e é de um jeito tão estranho
está nas coisas que mais gosto de fazer
nos lugares que mais gosto de estar, viver...

Cada lembrança em um lugar diferente
é um jogo de azar pelas esquinas
onde a sorte grande é não encontrar um pouco de você em outras meninas
é deixar de lado o que te trás pras minhas retinas
e mascarar uma paz que hoje comigo em nada combina.

sábado, 3 de setembro de 2011