A cidade doente não faz parte da gente,
continuamos perambulando por aí
nos dias de chuva,
escapando dos vendavais,
dos galhos e dos postes que tombam pelo nosso lugar,
e as ruas tão cheias fazem a gente lembrar
como é bom sair pra andar de madrugada.
Não cessamos nossa marcha,
seguimos ímpios, sem pensar em parar,
jogando o preço das nossas vidas bem pra baixo,
levando o jogo pra um outro nível só por desleixo.
Porque a cidade doente não faz parte da gente,
nós seguimos perambulando por aí,
nos dias de balas cruzadas,
de ônibus incendiados,
escapando dos assaltos,
dos prefeitos desgraçados de todos os anos,
e as ruas tão cheias sempre nos lembram
como é bom sair de madrugada...
Não nos damos por vencidos,
nós não temos nenhum medo disso,
seguimos ímpios, sem pensar em parar,
jogando o preço das nossas vidas bem lá em baixo,
levando o jogo pra um outro nível só por desleixo.
Porque o sol e a chuva não tem culpa de nada,
e as pedras, as areias,
as matas, as lindezas dessa terra,
sempre merecem, sempre vão merecer,
que olhos destemidos e amores inconsequentes,
as façam viver, sobreviver.
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