Algo dilacera o meu peito,
uma dor que se sente aguda dos pés a cabeça,
é difícil respirar,
já não sei como se vive,
como se faz pra pôr os pés fora de casa.
Dizem que pode ser depressão,
e que há remédios que me fariam viver,
mas se é dor, e se é minha,
como a chuva, deixe chover,
disso não morro, disso não vou morrer.
Sinto como se o teto desabasse,
e se não tiver teto é como se o céu descesse muito,
o mundo é um enclaustro escuro, um cenário absurdo,
o sol me enjoa e o frio consola,
a chuva é uma festa,
e o calor me esfola...
Vivo sem certezas, sem contar as luas cheias,
sem saber do mês que vem,
sem fazer questão de quase nada,
sofrendo faltas impreenchíveis,
saudades que nem me pertencem,
e preocupações que me adoecem,
fazendo com que ninguém nunca perceba,
passo pelos dias como quem deseja
que toda essa dor um dia apenas ceda.
Esperando sempre um braço amigo,
e um pouco de amor também,
gosto de pensar que ainda sou querido,
pra não findar romantizando um suicídio.
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