Um vento insistente urra pela noite
coisas que eu não desejo escutar,
sua perenidade atravessa meu plexo,
enche meus pulmões,
fecha os meus olhos.
As nuvens baixas tomam o jockey,
às quintas as pistas acendem bem cedo,
as luzes enchem as nuvens,
desafogam o meu mau humor,
destronam o ódio que tenho da pós modernidade,
da cidade que não me pertence,
do tempo que foge,
tempo que não é meu.
Poderia dizer que talvez seja um vento maral,
sinto cheiro do mar, a umidade da maresia,
mas não é o vento que importa,
é o vento que me acorda,
e que corta essa onda tão baixa...
Me traz os sentidos sem que eu possa duvidar,
e o prazer de ser humano,
demasiadamente humano demais,
demasiadamente compassivo,
muito, muito triste e distraído.
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