Muito antes dos brancos loucos,
dos portugas e franceses,
muito antes dos índios todos,
dos tupinambás e tamoios...
Isso tudo já estava no lugar,
as pedras e as vistas delirantes,
sem nomes e endereços,
sem poemas e definições,
salamandra cruel e intacta,
sem as guerras e os cifrões.
Lugar sagrado e definitivo
muito antes dos cristãos,
antes de existirem crenças,
e antes de toda religião.
Sem ninguém pra ver,
sem ninguém pra tocar,
sem ninguém pra crer,
sem ninguém pra pintar...
E os contornos todos
ao gosto original,
o céu desaforado,
se exibindo para o mar...
Uma guanabara inteira
de histórias pra contar,
dos cantos do Rio,
e da insensatez,
de todas as coisas que ninguém ainda fez.
Muito antes dos brancos loucos,
dos franceses e portugas,
muito antes dos índios todos,
dos tupinambás e tamoios...
Muito antes dos fenícios da gávea,
das naves avistadas,
e dos símbolos sagrados de qualquer lugar.
Isso aqui já era santuário
pra um Deus que alguém precisava inventar.
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