terça-feira, 29 de junho de 2021

Duas da manhã

Já são duas da manhã 
e eu pensando em você,
em como a gente nunca sabe 
o que vai acontecer...

Toda misticidade, 
a plenitude e o perigo,
se as horas combinam 
sempre faço um pedido.

Eu tenho medo...
medo.

Medo da cidade movediça 
e extasiante,
medo da juventude 
e gente muito pedante.

Medo de ser visto 
sonhando demais,
medo de ser o último 
a entender os sinais.

Eu tenho medo... 
medo.

Dos destratos 
da sociedade desorganizada,
da repovoação dos bares 
e das calçadas,

Das novas gerações 
me tomando lugares,
dos meus amigos todos 
dizendo sim nos altares.

Eu tenho medo... 
medo.

Da inquietude torturante 
do relógio do quarto,
de como não se perdoam 
os mesquinhos e os chatos,

Dos dias que de repente 
vão amanhecendo,
aqueles que viram as noites 
que eu nunca me lembro.

Ainda são duas da manhã 
e eu tenho medo,
medos demais.

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