Já são duas da manhã
e eu pensando em você,
em como a gente nunca sabe
o que vai acontecer...
Toda misticidade,
a plenitude e o perigo,
se as horas combinam
sempre faço um pedido.
Eu tenho medo...
medo.
Medo da cidade movediça
e extasiante,
medo da juventude
e gente muito pedante.
Medo de ser visto
sonhando demais,
medo de ser o último
a entender os sinais.
Eu tenho medo...
medo.
Dos destratos
da sociedade desorganizada,
da repovoação dos bares
e das calçadas,
Das novas gerações
me tomando lugares,
dos meus amigos todos
dizendo sim nos altares.
Eu tenho medo...
medo.
Da inquietude torturante
do relógio do quarto,
de como não se perdoam
os mesquinhos e os chatos,
Dos dias que de repente
vão amanhecendo,
aqueles que viram as noites
que eu nunca me lembro.
Ainda são duas da manhã
e eu tenho medo,
medos demais.
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