segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Calor

Sentiria tantas faltas,
das belezas, e do Rio,
mesmo sem fazer sentido,
tudo isso...

Eu sei que não vou embora,
que isso é um furor banal,
mas os dias quando passam
mudam as coisas de lugar.

Quando as ideias crepitam,
sinto tudo muito mais,
do que quando sinto nada,
que é o tempo mais normal.

Sei da vida muito pouco,
só que o que sei é que não sou,
não sou nada além do que faço,
nada além do que já não sou.

Mas sentiria tanta falta,
dos azuis e do redentor,
do Rio que só eu tenho,
que só eu conheço e tenho amor.

Sentiria tanta falta, 
de falar sobre a cidade,
de ter tudo que eu conheço,
e guardar sem vaidade...

Sóis amarelados lindos,
verdes fundos como a dor,
águas sujas e cristalinas,
lugares que são passado de amor.

Eu sei da vida muito pouco,
só o que sei é o que eu não sou,
não sou nada além do que faço,
nada além do que já passou.

Por isso eu sinto tanta falta
do Rio que eu pinto com esse amor,
esse amor que não me pertence,
como o que um dia eu tive pelo calor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário