Já não vejo a vida como deveria
e sinto que a poesia não vai me salvar,
hoje é um sopro distante dentro de minha alma,
e bem como a vida, já foi tanto que me dói lembrar.
Preciso das palavras pra que tudo se acalme,
recorro aos bruxos que sempre me fizeram mais,
as páginas rasgadas de livros centenários,
ao deleite da língua dos bardos mais frágeis.
Os magros irriquietos de palavras fáceis,
os miseráveis cheios de sorrisos ternos,
as capas das revistas que chocaram os parvos,
os anos de assuntos que seriam nada.
Eu já não vejo a vida como deveria,
já não vejo, de todo, quase vida alguma,
e tudo segue sendo como nevralgia,
agonia constante de viver o nada.
As lágrimas nos olhos significam pouco,
o mundo em guerra choca pela crueldade,
humanos não são sempre pessoas de fato,
é fardo ver a vida como ela é.
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