Ela viveu tantos dias de sol
que nem posso contar
deu mais sorrisos sinceros
do que há ondas no mar
Tem a fagulha infalível da criação
flutua serena na existência
sem peso, sem norte,
vertigem, nem aflição.
Sente tão naturalmente o fervor
dos dias de sol,
corre pros mares que a convidam,
invade os lugares que não a viram.
Nutrida da ineditez que só leves almas possuem,
percorre seu caminho pelos desejos mais simples,
pelo deleite impossível, pelo prazer intangível,
a necessidade incurável de apenas despossuir.
Viver e despossuir,
viver e não ter que nada,
só viver, sem mais nada.
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