terça-feira, 27 de junho de 2017

Caju

Trilhas previsíveis
nos nossos álbuns roubados do Barão,
e os desacatos no baixo, a "boa vida",
o "maior abandonado"

As melodias tatuadas,
o rock'n'geral, a vida nos supermercados,
e toda aquela lucidez derramada pelas calçadas do jardim em baixo tom,
as tiradas sem vergonha, as fugas e desculpas
roubadas de Caetano, Chico, e João

Os Novos Baianos e as novas paixões,
encontros por acaso pela praia,
o tempo pregando peças,
levando os seus bordões

E todos os passos cantados,
esses que nunca foram palpites em vão,
são vícios angariados
pela nossa falta opcional de instrução

"Tudo é amor, mesmo se for por karma..."

Tudo é amor, nessa nossa lua deserta, exagerada!

E todos os passos cantados
nunca foram mesmo palpites em vão,
são vícios angariados,
pela nossa falta precoce de crença em sermão

Aceitando doces de estranhos,
em ruas escuras, na calada da noite,
trincando e esquecendo emoções

"Leve, como leve pluma, muito leve, leve pousa..."

Caminhando nas calçadas de pedras portuguesas quebradas,
tanto ou mais quanto os nossos jovens
e não menos portugas corações...

Que pra sempre vão gritar cegos; que somos cobaias,
pares complementares, incorrigíveis em nossa carência sem igual,
somos dois pra amar e cantar, reivindicar em dueto,
um trocado pra ser "carente profissional".

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