Não requente meu café,
hoje acordei recheado de negativas,
os fusos confusos não me animam,
e também não destroem,
escapo pela tangente,
de toda essa gente que não suporto.
Poderia ser melhor e, eu sei,
poderia ser diferente,
mas é o sentimento misantropo que me laça,
é sobre tergiversar da humanidade
que meus dedos gostam de falar.
A felicidade desde sempre
me escapou de todo jeito,
não vejo, não enxergo,
não consigo querer grita-la,
alerta-la, pedir para que fique
por uma temporada.
Não tenho, não sei,
eu nunca vivi esse fetiche,
vejo mais charme na tristeza,
vejo beleza e tranquilidade,
discrição, realeza, coisa fina,
alma fácil, anciã.
A felicidade esconde coisas demais,
enquanto a tristeza é mais sublime e verdadeira,
e eu, que sou chegado em coisa certa,
nunca vi vantagem em viver feliz por aí...
Preferi sempre o escuro do mundo
e os lados mais tristes das canções,
sou de romantizar quase tudo,
de acordar pra profanar versos de Montaigne,
e só viver como quem
nem faz questão de morrer.
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