Desde que nascemos, é possível morrer,
a morte imponderável
espreita nossos sonhos,
nossos laços, nossos amores,
está a espreita em qualquer esquina,
e não obstante, a morte, nunca distante,
por vezes, se vende até muito bem.
Nos domingos de sol quente,
nas quartas-feiras cinzentas,
na quaresma, na perseguição terrível pela juventude perdida,
na decadência artística do antes gênio incontestável.
Ah, a morte,
quando nos cai bem o mistério terrível?
Algo que conhecemos no primeiro instante de vida,
e é tão somente o seu oposto,
que nada pareceria tão verdadeiro diante dela.
Quando, Deus?
Quando poderíamos, nós,
seres tão rasteiros e tão mesquinhos,
compreendermos bem,
algo tão sensato quanto a morte.
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