Do sofá com cheiro de veneno,
hoje tenho pouco
ou quase nada pra falar.
Mas ainda lembro como fosse hoje,
do teu jeito de me entorpecer,
e gritar aos sete ventos
qualquer coisa que viesse assim,
como uma loucura,
um desaforo de momento.
Das cadeiras boas de dormir,
e do cinzeirinho de cobre,
do tempo longo de tanto faz
se já são três da tarde ou onze.
Nada por mim, tudo pra depois,
o tempo não é nada mais
que uma luz no horizonte.
Nada por mim, tudo pra depois,
o tempo não é nada mais
que uma luz que morre
ou nasce no horizonte.
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