Na falta de um milagre,
eu prefiro enfrentar a dor,
mas por vezes nem o dienpax
pode me deixar aliviado,
preciso de um tempo, um tempo bem maior,
eu quero viver algo que nunca vire pó.
Fazer histórias tristes,
tirar um som Brasil,
destoar dos homens fúteis,
ter alma sempre febríl.
Nesse tempo cor de nada,
cor de burro quando foge,
nessas décadas largadas,
dessa gente tão sem nada
que não sabe pra onde corre.
Eu quero falar do tempo,
das dores, e dos bares,
das casas de meninas fáceis,
e dos mais bíblicos lares...
Porque na falta de um milagre,
é preciso enfrentar a dor,
mas por vezes nem a clozapina
me livra desses desagrados,
preciso de um tempo, um tempo bem maior,
pra digerir minha geração
e não querer mais virar pó.
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