Pelas madrugadas, de quinta a domingo,
o corcovado quase sempre diz
que eu não vou nada bem sem você.
E quando encana, de segunda a quarta,
eu abro a janela e ele me manda dormir,
insiste que vai tudo muito bem
sem que eu esteja andando por aí.
E é quase sempre tudo igual,
eu já não aguento esse sol
quando vem da guanabara
e avermelhece copacabana,
todo dia reflete naquelas pedras
a minha tortura matinal.
Fazendo os pássaros berrarem de manhã,
e as ruas escuras agonizarem mais a cada minuto de sol,
pedindo socorro ao silêncio,
reivindicando escuridão de horas atrás.
Cor quo vado?
Meu mundo é tão estranho sem você,
me acorrente ao ócio, eu prefiro não viver,
não saber de mais nada.
Não suma, não me deixe, não peça perdão,
é só não ter motivos,
não venha me dizer que não.
Coração, para onde vou,
para onde me levas, coração?
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