As ruas vazias
que sempre foram minhas,
das minhas madrugadas
sempre desenfreadas.
Agora são do tempo,
do vento e de quem quer,
porque eu não vou mudar
só porque ela quer.
As árvores febris
que contam mil histórias,
os papéis coloridos,
mil garrafas na memória.
Tropeço porque quero,
eu levanto pra cair,
não diga que não gosta
porque vai ter que me engolir.
Eu sou desse lugar,
do caos, do desespero,
eu sou o corpo roto,
o Erê mais presepeiro.
Não brinco em serviço,
eu gosto muito de tudo isso,
e eu largo os leões
em quem vier...
Porque eu sou desse lugar,
e pertenço ao exagero,
nunca fecho todas as portas
como o mais sujo puteiro.
Destrambelhado pela cidade
minhas veias saltam do pescoço,
o asfalto é parte de mim,
eu sou metade fundo do poço.
Mas encosto no céu se precisar,
num instante de delírio,
você sabe, isso é comigo,
sumo no tempo do seu olho piscar...
Porque não brinco em serviço,
eu gosto muito de tudo isso,
e sempre largo os meus leões
em quem vier...
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