Na moldura o silêncio grita pra mim,
e as tijucas saltam aos olhos
como o brilho insistente do cetim...
Duas horas da manhã,
eu quase nunca não to aqui,
a areia é tão fria
que parece faz parte de mim.
Me sinto vivo pensando no mundo
enquanto ele dorme,
e faço mil planos futuros
pra esquecer quando for dormir.
A lua não fala comigo, nunca fui comunicativo,
mas eu peço, esperneio,
porque às vezes eu preciso,
de um pouquinho dessa luz noturna
que seca todo meu juízo.
Pra sair pelas ruas encarnado,
sem pensar nos prejuízos,
sem querer saber das loucas,
e nem dos seus bons motivos...
Me sinto vivo,
só enquanto o mundo dorme,
e vejo os meus sonhos mais lindos,
escaparem dos meus olhos.
Me sinto vivo,
só enquanto o mundo dorme,
e desapareço, infalível,
antes que alguém acorde.
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