segunda-feira, 29 de junho de 2020

Transitivíssimo

Nos livros coloridos
poemas tropicais,
nas árvores desfolhadas
sinais de que o inverno
realmente não cobra nada...

O céu é limpo e insiste
no azul celestial,
e as cores da estação
nunca me fizeram mal.

Procuro novos olhares,
quero a ineditez dos velhos tempos,
preciso de amor e desamor 
de tempos em tempos.

De tristezas e momentos
de pura dor...

Pra me tornar algo como um poeta,
um poeta tropical,
renascendo do caos terrível
de sua sul-americana capital.

Mal dizendo o fim dos tempos
e os dias cinzas quentes dos verões,
desdizendo as coisas terríveis
que andou pregando em outras estações.

Porque sou transitivíssimo
e praticamente imparável,
derrotado pelas tristezas,
e reerguido por lindezas bestas.

Sou poeta, desgraçado,
nascido do lado de cá,
da zona que fecha com o certo,
do time que fecha com o mar.

Poeta tropical,
trupicando sem desaguar,
despudoradamente,
um amante inquieto desse lugar.

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