quarta-feira, 29 de julho de 2020
Palavra fácil
Escravo da palavra fácil,
do jeitinho e do marzão,
do pé sujo de areia,
do céu firme do verão
Qualquer borboleta me encanta,
qualquer barulho de avião,
qualquer prancha deslizando no mar,
qualquer vôo de balão
Devoto do que é esdrúxulo,
do acaso um ancião,
não que algo me anseie
eu já me sinto um ermitão.
O segredo é a palavra fácil,
a risada sem razão,
o amor gratuito e doce,
e é claro, uma pitada de compreensão.
Qualquer prédio velho me encanta,
qualquer cheiro de café,
qualquer lúgubre menina,
qualquer homem de fé...
Que eu sou devoto do que vem com o vento,
do que diz que vai e não vem,
do que é ordinário e inesperado,
do que é corriqueiro e nos faz bem...
Qualquer sapato colorido,
qualquer roupa da estação,
qualquer livro sublinhado,
qualquer cheirinho de pão
Qualquer música animadinha,
qualquer bola jogada no pé,
qualquer gente linda junta,
qualquer vontade que der
Que eu sou devoto do que vem com o vento,
do diz que vai e não vem,
do que é ordinário e inesperado,
do que é corriqueiro e nos faz bem.
do jeitinho e do marzão,
do pé sujo de areia,
do céu firme do verão
Qualquer borboleta me encanta,
qualquer barulho de avião,
qualquer prancha deslizando no mar,
qualquer vôo de balão
Devoto do que é esdrúxulo,
do acaso um ancião,
não que algo me anseie
eu já me sinto um ermitão.
O segredo é a palavra fácil,
a risada sem razão,
o amor gratuito e doce,
e é claro, uma pitada de compreensão.
Qualquer prédio velho me encanta,
qualquer cheiro de café,
qualquer lúgubre menina,
qualquer homem de fé...
Que eu sou devoto do que vem com o vento,
do que diz que vai e não vem,
do que é ordinário e inesperado,
do que é corriqueiro e nos faz bem...
Qualquer sapato colorido,
qualquer roupa da estação,
qualquer livro sublinhado,
qualquer cheirinho de pão
Qualquer música animadinha,
qualquer bola jogada no pé,
qualquer gente linda junta,
qualquer vontade que der
Que eu sou devoto do que vem com o vento,
do diz que vai e não vem,
do que é ordinário e inesperado,
do que é corriqueiro e nos faz bem.
Não sinto
Vejo gente no meu quarto
e a várias noites estou sem ninguém,
se dormi ontem nem me lembro,
mas por mim vai tudo muito bem...
Fecho os olhos e é fim de noite,
o vento sempre vem do mar,
sinto falta de alguém só pra dizer
que o que há de ruim vai acabar.
Meus braços sentem o peso
do medo que é fruto da solidão,
os olhos caem tristes
em busca de um mundo
que eu não seja tão são.
Nem falo grego nessas noites,
mas poucos são os que me entendem,
e quando sabem muito, cansam,
poucos são os que me encantam.
Vivo perdido, só buscando compreensão,
ouvir do mundo alguma história
que tire os meus pés do chão.
Não sinto mais,
nem sinto muito.
Não sinto mais,
e eu nem sinto muito.
Canto do céu
Aqui nesse canto do céu
não há nuvens,
e não há verão
que nos pegue quarta-feira de surpresa.
Nas noites quentes,
vestindo só os seus olhos pretos,
não existem erros,
só há vontade de errar.
De ponta a ponta pelas pistas da cidade,
sorrindo, sem ver ninguém entender,
pelo amor que Deus me deu,
pelo sol, pelo calor delirante,
por toda dor que ele esqueceu dentro do meu peito.
Nada pode ser melhor,
e nada deve ser assim
tão ruim que não possa mudar.
Aqui nesse canto do céu,
nesse lugar onde nada pode ser melhor,
abençoado pelo calor delirante,
desatinado pela dor que carrego e não explico,
eu nunca me explico...
Nada pode ser melhor,
e nada deve ser assim
tão ruim que não possa nunca mudar.
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