Compre meu caradurismo,
vista-se dessas areias,
dance a dança dos coqueiros,
morra nesse mar de amor,
navegue o dissabor,
saboreie o horror dessa viagem
que parece ainda não ter destino...
Voe nesse sudoeste laçante,
cruze o vento leste distinto,
siga para o sul,
desça até onde der,
embrenhe-se no azul,
dois passos a direita,
um salto, um riso claro,
cruze o rio raso,
passe por um baixo,
escolha um novo amor sempre aos domingos.
Suma nessas pedras,
viva de verdade nessas terras,
seja o azinhavre que polui a terra,
seja sua doença,
negue seu poder, seu ódio,
vingue-se quando puder,
chore por qualquer besteira,
escolha uma receita
e colha frutas cítricas no pé pra se curar.
Pule numa perna só,
faça uma careta pra lua,
grite seu amor pedalando no meio da rua,
chore e deixe o vento levar o teu sal,
não enxugue suas lágrimas,
pegue o mapa pra errar o caminho,
não acerte, siga sozinho.
Faça tudo e encontre o X da questão,
cave a dois pés da marcação,
cave até sentir muita dor,
cave até que esteja cansado do amor...
E aproveite que os portões da Hípica
afundam alguns centímetros todo ano,
marque um novo X,
e enterre o coração ali.
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
Mapa do tesouro
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