Um brinde as artes práticas,
e a minha falta de inspiração sistemática,
aos céus, ao sol,
as luzes do jockey e ao frio,
as luzes do jockey e ao frio,
ao mar, aos surfistas,
aos cantos do Rio...
Um brinde as artes práticas,
e aos meus costumes retrógrados,
aos ricos e as filhas de todos eles,
as drogas, as festas,
e aos donos de todas elas...
Um brinde as artes práticas,
e a quem se liga nesses artifícios,
aos perdidos da noite e as perdidas no mundo,
as loiras de cardápio
e aos vagabundos imundos...
Um brinde as artes práticas,
e a quem se alimenta com a lábia,
aos que tem olhos de lince
e grudam nas mesas da alta,
aos que desfilam elegantes de bolsos vazios,
e aos que se simplificam
e só vivem de glórias nesse mundinho.
Um brinde as artes práticas,
e aos nossos costumes morais hipnóticos,
aos padres, aos vivos e aos mortos,
aos dados, aos jogos de azar,
aos homens tristes
e as mulheres distintas...
Um brinde as artes práticas,
e à vida...
A tudo que não brilha mais!
A tudo que jamais voltará a brilhar...