terça-feira, 29 de setembro de 2020

Artes práticas

Um brinde as artes práticas,
e a minha falta de inspiração sistemática,
aos céus, ao sol,
as luzes do jockey e ao frio,
ao mar, aos surfistas,
aos cantos do Rio...

Um brinde as artes práticas,
e aos meus costumes retrógrados,
aos ricos e as filhas de todos eles,
as drogas, as festas, 
e aos donos de todas elas...

Um brinde as artes práticas,
e a quem se liga nesses artifícios,
aos perdidos da noite e as perdidas no mundo,
as loiras de cardápio 
e aos vagabundos imundos...

Um brinde as artes práticas,
e a quem se alimenta com a lábia,
aos que tem olhos de lince 
e grudam nas mesas da alta,
aos que desfilam elegantes de bolsos vazios,
e aos que se simplificam 
e só vivem de glórias nesse mundinho.

Um brinde as artes práticas,
e aos nossos costumes morais hipnóticos,
aos padres, aos vivos e aos mortos,
aos dados, aos jogos de azar,
aos homens tristes
e as mulheres distintas...

Um brinde as artes práticas,
e à vida... 

A tudo que não brilha mais!
A tudo que jamais voltará a brilhar...

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