sábado, 31 de julho de 2021

Embaixador

Desfaço tudo,
desfaçatez,
omisso e escuro
meu dom da vez

Eu sou a trégua
a guerra finda,
como as crianças
que fazem figa

Desato os nós
das suas gravatas,
eu uso e visto
mil fantasias

Que eu sou novembro,
eu sou dezembro,
eu sou o furor...

Eu vivo muito 
e morro fácil 
sou o próprio embaixador...

Das dores todas
e dos sorrisos,
das loucas e loucos,
dos maltrapilhos.

Eu vivo fácil,
e morro lindo,
sou como um pássaro,
um bem bonito...

Sou como um homem feito
com olhar assassino,
com olhar de menino
por debaixo dos ray-bans.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Imagem do dia!

Frank Sinatra com os seus amigos, Dean Martin e Sammy Davis Jr
nos bastidores do Carnegie Hall

 

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Filtro de cor

Dias frescos sem respiro,
quartas feiras sem amor,
dias claros quase mortos,
noites lindas sem sabor.

A cidade não responde,
meus sinais não fazem falta,
quando deito sinto o peso,
se me mexo a dor me mata.

São saudades incontáveis,
coisas de que nem lembro mais,
são as dores que esqueço,
coisas que só a cor me traz.

O azul dos olhos tristes,
o verde do amor sereno,
o verão das cores todas,
filtro das verdades ternas.

Pragas

Nos lugares sujos,
nas mesas menos fartas,
nos loucos e nas marcas 
de corte e solidão.

Nas maiores sacadas,
nos andares disputados,
e nos céus de feriados
que ninguém pode pagar...

Existem ratos e baratas,
pragas a te ver dormir,
espíritos maldosos
e pessoas que não sabem pra onde ir...

Procurando você e os seus vícios,
ansiando por você e seus amigos,
nessas lindas noites 
e nos dias quentes de verão,
onde há mal no mar a espreita
esperando a domingueira rouquidão.

Existem ratos e baratas
pragas a te ver dormir,
espíritos maldosos
e pessoas que nunca sabem pra onde ir...

Esperando você e os seus ritos mais cansados,
ansiando por te ver sendo descaso,
nessas linhas tortas do seu Deus,
e nas verdades quase mortas 
que sufocam no seu peito de ateu...

Existem ratos e baratas
pragas a te ver dormir,
espíritos maldosos 
e pessoas que não querem nunca ir.