Consigo ver-te de longe
teus lindos verdes me assombram,
me habitam como poesia,
se escondem e se jogam de mim.
Me aprumo pro mundo impessoal,
me entrego a opacidade e a rasura,
à morte do meu infinito,
o preço irreal da fartura...
São coisas da vida ele disse,
duas partes da mesma laranja,
são lados da mesma canção,
desculpas que a gente arranja.
Consigo viver sem amor,
o meu bamboleio permite,
metade é carta na manga,
metade é morte terrível.
São coisas da vida é o que eu digo,
percalços de um longo caminho,
os verdes que já foram cura
todo dia me matam um pouquinho.
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