quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Quase nunca

Precisado das palavras
peço amor a quem me guia,
a paixão pelas esquinas
o desprezo pelos dias.

Sinto forte a dor dos anos
e das coisas só da vida,
sinto forte faltas doces,
o amor das bem nascidas.

Me preocupo com rasuras,
o pouco conhecimento,
com lisura de vontades,
amar já não é alento.

Sou um escuro como outros,
um herói muito improvável,
desertor que não espera,
um omisso indo pra guerra.

Dono de vida sem graça 
e muito pouca coisa pra dizer,
homem de mundo qualquer,
de quase nunca ter querer.

Dono de uns bons não queros,
trivial, simplista e manso,
docemente me contento
quando o amor vira algum canto.


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