Precisado das palavras
peço amor a quem me guia,
a paixão pelas esquinas
o desprezo pelos dias.
Sinto forte a dor dos anos
e das coisas só da vida,
sinto forte faltas doces,
o amor das bem nascidas.
Me preocupo com rasuras,
o pouco conhecimento,
com lisura de vontades,
amar já não é alento.
Sou um escuro como outros,
um herói muito improvável,
desertor que não espera,
um omisso indo pra guerra.
Dono de vida sem graça
e muito pouca coisa pra dizer,
homem de mundo qualquer,
de quase nunca ter querer.
Dono de uns bons não queros,
trivial, simplista e manso,
docemente me contento
quando o amor vira algum canto.
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