Esqueço-me como se escreve
como quem se esquece como vive
como falta o que me arrebata
como quem sente falta do acinte
Das nuvens tempestuosas de ideias
e do tédio irracional da juventude
do medo de amar e de morrer sozinho
do medo do mar e de viver demais
Esqueço-me como se vive
como quem abdica da alma
por semanas vivo morto acordado
tantas outras morto vivo que dorme
E não há o que sacuda meu mundo
não há mais psicoativo que ajude
não há mais intempéries terríveis
que me arranquem desse desajuste
Moro em nuvens de faltas e agruras
sou o remendo de um homem que nasceu forte
e tanto quanto sinto a morte,
sinto agora o vazio, o abstrato, o nada...
Já que no meu peito alvoroçado,
somente o imaterial se alastra.
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