domingo, 4 de dezembro de 2016

Um amanhã

O vento me acordou
como se eu precisasse muito acordar,
foi um vento sul que veio
como uma lestada a assoviar.

Veio me lembrar de você
como se eu precisasse me lembrar,
foi um vento sul que veio,
como uma lestada a assoviar.

E você parece ainda tão distante,
muito, muito mais do que era antes,
e vive tão distante porque quer,
me deixa tão de longe, tão de fora,
age como quem não quer mesmo mais nada de mim.

Agora a chuva na janela faz barulho,
as luzes ainda não se apagaram
e eu escrevo como se não houvesse amanhã...

E não há,
não há...

Porque se o vento não me acordar,
não levanto,
não me lembro,
eu não posso estar tão longe assim...

E se o vento não me acordar,
se a chuva não bater na janela do quarto,
e sem você, sem você,
nunca haverá amanhã pra mim,
não existirá o amanhã pra mim.

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