Nas noites da cidade
já não há nenhuma novidade pra mim,
nas praias daqui,
nos poetas, nas juras que fiz.
Há somente um gosto ruim,
um sentimento de perda,
uma morte lenta e ruidosa
que não me deixa dormir.
Há também um sentimento
de que tudo nunca será melhor do que já foi,
e que o tempo vai levar aquilo que importa pra ele,
levar pra guardar bem longe.
Junto a isso, sinto dores tremendas,
dores inexplicáveis, esquecimentos absurdos,
o sentimento súbito e impiedoso
de que não consigo mesmo escrever pra viver.
Ando me imitando, reescrevendo,
tentando me lembrar de quem eu sou,
estou perdido em mim mesmo,
sangrando num canto do meu coração.
Sofrido, de olhos brancos,
já sem lágrimas pra chorar,
estou perdido em algum canto
precisando me encontrar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário