Minha alma de novo baiano,
que antes tão leve, hoje pesa.
Não me leva,
não me guia pelos caminhos de outros tempos,
essa alma que hoje me trai, já foi tudo,
minha tão querida alma, antes tão minha,
e hoje perdida.
Ela já não me sustenta, não me ajuda,
não mata a sede e nem a fome de viver.
Ah, minha alma,
meu princípio, meu lado de cá,
norte, minha provação,
porque me traíste?
E de onde assistes
meu recente vagar sem ti pela vida?
Ah, parte minha que anda vivendo outro mundo,
volte, preciso transbordar,
preciso dos olhos brilhantes,
das mãos firmes,
das vontades inexplicáveis.
Não posso viver sem,
não há porque persistir sem gosto, sem tato,
sem o amor e a tristeza do meu lado,
volte, por favor.
Em nome do pai, de toda criação,
por piedade, misericórdia,
volte correndo com uma paixão.
Não fique aí de onde assistes
o meu recente vagar sem ti pela vida.
Esqueça essa necessidade de estar longe,
volte a ser meu espectro pulsante em carne,
meu princípio puro e imaterial,
quero tê-la de volta...
Alma, volta!
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