Eu gosto dela e dessa paixão
que ela tem pelo carnaval,
e sinto uma inveja danada
de como ela fala que ama essa confusão.
Mas eu gosto dela desse jeito,
eu gosto assim quando ela ri,
quando ela joga confete pro alto e me diz
que nenhum bloco vai sair sem ela.
Ah, eu gosto dela,
como eu gosto dela assim feliz,
quando o surdo começa a tocar
e os tamborins vão esquentar,
quando o carro de som diz que vai buscar o ita no norte.
Ah, eu gosto dela,
como eu gosto dela assim feliz,
nos fevereiros do nosso amor,
nos dias longos de folia aos pés do redentor,
e quando o surdo começa a tocar,
quando o carro de som diz que vai buscar o ita no norte,
eu vou por aí com ela, pra ver o bloco passar,
ver toda essa gente viver
como se a vida nunca fosse terminar.
Eu gosto dela e dessa paixão
que ela tem pelo carnaval,
e eu sinto um ciúme danado
quando ela diz que ama tanto isso tudo,
e que vai ficar maluca
quando quarta feira chegar...
Ela sempre diz que só vai parar
na quarta feira de cinzas...
Ela sempre diz que ainda vai desfilar
quarta feira de cinzas.
sábado, 21 de janeiro de 2017
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Semi-lúcido
No quarto sumi-lúcido,
um quarto pra ver tudo derreter,
eu fujo dos meus monstros todos,
eu busco um final qualquer pra mim...
No quarto semi-morto,
o ser mais absorto, excesso em vida e caos,
não sinto mais nenhum sabor,
a dor é o meu ponto final.
Deslizo pelas bordas,
me atiro em parapeitos,
se tudo não é nada e nem tem gosto,
eu não aceito desaforos.
No quarto semi-lúcido,
dois quartos pra poder ver mais do mundo,
eu quero qualquer coisa pra sentir,
quero não poder dizer
que não estou nem aí.
Deslizo pelos cantos,
procuro histórias boas pra contar,
preciso transcender, esquecer o que há de mal,
porque no mundo sem gosto, o tato é quem me salva,
é quem põe grades nas sacadas pra eu não me jogar.
No quarto semi-morto,
não há mais quartos pra saborear,
estou vivo, estou confuso,
meu fuso é de outro mundo,
não vivo o que aqui há.
Deslizo pela vida quando ninguém me vê,
eu só me alimento do que vai te enfraquecer,
porque o que eu amo me mata,
e o que me ama também,
por isso vivo nesse inferno,
amando mais do que ninguém.
um quarto pra ver tudo derreter,
eu fujo dos meus monstros todos,
eu busco um final qualquer pra mim...
No quarto semi-morto,
o ser mais absorto, excesso em vida e caos,
não sinto mais nenhum sabor,
a dor é o meu ponto final.
Deslizo pelas bordas,
me atiro em parapeitos,
se tudo não é nada e nem tem gosto,
eu não aceito desaforos.
No quarto semi-lúcido,
dois quartos pra poder ver mais do mundo,
eu quero qualquer coisa pra sentir,
quero não poder dizer
que não estou nem aí.
Deslizo pelos cantos,
procuro histórias boas pra contar,
preciso transcender, esquecer o que há de mal,
porque no mundo sem gosto, o tato é quem me salva,
é quem põe grades nas sacadas pra eu não me jogar.
No quarto semi-morto,
não há mais quartos pra saborear,
estou vivo, estou confuso,
meu fuso é de outro mundo,
não vivo o que aqui há.
Deslizo pela vida quando ninguém me vê,
eu só me alimento do que vai te enfraquecer,
porque o que eu amo me mata,
e o que me ama também,
por isso vivo nesse inferno,
amando mais do que ninguém.
Ponto de reflexão I
Ando ausente de mim, dos meus lados escuros,
dos meus cantos sozinhos,
das minhas noites em claro.
Vivo estranho, poupo os pulsos,
penso menos, não sei se morro
ou se vivo por dentro,
só sei que é pouco
o que sinto aqui dentro.
Prefiro comedidamente o antes,
preciso de menos do agora,
quero de novo exigir candura
e poder cantar sozinho para o nascer do sol,
Quero a cidade minha e de mais ninguém,
não quero dividir,
quero ser inteirinho,
quero estar sozinho pra enfrentar o mundo.
Só, somente um, somente eu,
me esguiando para atravessar a cidade fenecida de sonâmbulos,
e pular das pontes altas
tendo em mim os sentimentos mais estranhos;
Quero morrer por dentro,
quero querer outros milênios,
e chorar, e chorar, e chorar de desespero...
Quero tudo de volta,
e nada comedidamente,
quero meu sofrimento,
minha melancolia,
quero minha tristeza,
e a dor da sabedoria.
dos meus cantos sozinhos,
das minhas noites em claro.
Vivo estranho, poupo os pulsos,
penso menos, não sei se morro
ou se vivo por dentro,
só sei que é pouco
o que sinto aqui dentro.
Prefiro comedidamente o antes,
preciso de menos do agora,
quero de novo exigir candura
e poder cantar sozinho para o nascer do sol,
Quero a cidade minha e de mais ninguém,
não quero dividir,
quero ser inteirinho,
quero estar sozinho pra enfrentar o mundo.
Só, somente um, somente eu,
me esguiando para atravessar a cidade fenecida de sonâmbulos,
e pular das pontes altas
tendo em mim os sentimentos mais estranhos;
Quero morrer por dentro,
quero querer outros milênios,
e chorar, e chorar, e chorar de desespero...
Quero tudo de volta,
e nada comedidamente,
quero meu sofrimento,
minha melancolia,
quero minha tristeza,
e a dor da sabedoria.
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