O ritmo extasiante das tragédias me consome,
toda noite quando deito,
deito sempre novo homem.
Sobre viver, já escrevi,
sobre vida, sobre morte,
sobre amor à primeira vista,
e sobre meninas sem sorte.
Mas hoje, é o ritmo embevecido desse mundo violento que me exaure,
que me deteriora, que me parte e me desconsola,
não vejo melhora, nem de longe, nem por hora.
E sabe-se lá até quando eu escrevo,
até quando terei bala na agulha,
amor a altura,
e olhos pra ver...
Ver as coisas do mundo que não choram,
ver as coisas que nos refazem, que nos acendem...
Escrever sobre freiras atravessando a rua,
balões coloridos caindo sob a cidade turva,
uma noite tranquila, Ipanema vazia,
o vento do mar...
Sabe-se lá...
Até quando aqui?
Até quando capaz de amar?
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