terça-feira, 31 de julho de 2018

Devoro-te

Devoro-te por esporte,
uma consagração
ao teu eu mais sórdido.

Reviro meu coração,
em busca de um nome pra você,
qualquer coisa que não seja amor,
qualquer coisa que eu não possa depender.

Descarto todas as semanas,
eu vivo pro anoitecer,
deságuo com o mundo,
eu me viro no escuro,
só sei mesmo de tudo que eu não quero ser.

Devoro-te por esporte,
a cidade é meu templo pagão,
e o meu tempo, o instrumento,
de uma sórdida ingratidão.

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