Não posso mais dizer que não
quando a tristeza me bate à porta,
parece que me distancio do meu eu lírico,
parece-me cada vez mais longe
a ideia de sobreviver sendo menos sínico.
Eu preciso relatar, descrever,
falar das coisas com sangue nos dedos,
tristeza na alma, nos olhos, na face,
peso nos ombros, mundo fútil em escombros,
estranheza total ao ver os homens felizes.
Eu simplesmente não posso mais dizer que não,
não posso ser leve,
não posso viver de pensamentos fáceis,
não posso pensar na humanidade como os homens simples.
Preciso ser eu, homem triste,
e debruçar-me nos descalabros mais detestáveis,
colidir com minhas facetas misantropas,
refutar a felicidade burguesa,
desgraçar toda ideia de esperança fabricada...
Eu preciso disso,
pra poder desfilar pelas noites
com um lindo sorriso pintado no rosto,
sabendo, desvendando o vazio de todos,
o desamparo de todos,
a frivolidade de todos,
a vulgaridade dos outros...
Gente morta, morta-viva,
pueril,
sem pegadas nas areias do tempo,
e sem amor,
porque o amor
nunca se compadeceu por gente vã.
sexta-feira, 31 de maio de 2019
segunda-feira, 27 de maio de 2019
Doutor Caetano
No veloso e no jobi,
bem ali,
eu e você...
Mais uma cena repetida por aqui.
Nesse canto onde o mundo parece que respira,
pira, me tira, mas não me retira daqui desse sul,
sem problema nenhum,
eu lembro que tudo não é assim tão doce,
e que tudo não se resolve assim tão docemente,
meu docinho.
Doutor Caetano me disse uma vez
numa sala repleta de livros encapados coloridos,
me julgue, me jogue Camões,
me lamba, me entregue às pessoas.
Reis, Campos e Caeiros,
sinais homeopáticos, puta desolação,
sintaxe de guerra,
não enche, me erra...
Doutor Caetano me disse uma vez
que a luz da guanabara
não era assim uma unanimidade,
mas que essa cidade respira,
é viva, ela toma o ar de todos os pulmões para si,
e os Santos Dummont's, os Jobim's...
toda poesia que puder engolir.
Maníacos depressivos,
escravos dos tempos "xis xis",
derretendo na química louca,
nos domingos de voz rouca
e pouca coisa pra dizer,
quase nada, quase nada...
Mais uma cena repetida por aqui,
no veloso e no jobi,
bem ali,
eu e você...
Mais uma cena repetida.
bem ali,
eu e você...
Mais uma cena repetida por aqui.
Nesse canto onde o mundo parece que respira,
pira, me tira, mas não me retira daqui desse sul,
sem problema nenhum,
eu lembro que tudo não é assim tão doce,
e que tudo não se resolve assim tão docemente,
meu docinho.
Doutor Caetano me disse uma vez
numa sala repleta de livros encapados coloridos,
me julgue, me jogue Camões,
me lamba, me entregue às pessoas.
Reis, Campos e Caeiros,
sinais homeopáticos, puta desolação,
sintaxe de guerra,
não enche, me erra...
Doutor Caetano me disse uma vez
que a luz da guanabara
não era assim uma unanimidade,
mas que essa cidade respira,
é viva, ela toma o ar de todos os pulmões para si,
e os Santos Dummont's, os Jobim's...
toda poesia que puder engolir.
Maníacos depressivos,
escravos dos tempos "xis xis",
derretendo na química louca,
nos domingos de voz rouca
e pouca coisa pra dizer,
quase nada, quase nada...
Mais uma cena repetida por aqui,
no veloso e no jobi,
bem ali,
eu e você...
Mais uma cena repetida.
segunda-feira, 6 de maio de 2019
Rio bleu
Por todos os dias nessa cidade
as coisas parecem fluir
as ondas batem na areia
as meninas vão se distrair
O asfalto quente é surrealista,
faz tudo derreter,
e os dias de sol são tão quentes
que a gente até pensa em desaparecer!
Rio blue, rio bleu,
porque que a gente não te ama,
se você só faz por merecer...
Rio blue, rio bleu,
porque que a gente não te ama,
se você nos dá tantos porquês!
Por todos os lados as minhas pedras,
meus amores estacados,
meus baixos, meus altos,
meus lugares abandonados
Eu vivo teu passado,
teu presente e temo seu futuro,
espera, que eu preciso,
viver ipanema com meus filhos
Rio blue, rio bleu,
porque que a gente não te ama,
se você nos dá tantos porquês...
Rio blue, rio bleu,
porque que a gente não te ama,
se você só faz por merecer!
as coisas parecem fluir
as ondas batem na areia
as meninas vão se distrair
O asfalto quente é surrealista,
faz tudo derreter,
e os dias de sol são tão quentes
que a gente até pensa em desaparecer!
Rio blue, rio bleu,
porque que a gente não te ama,
se você só faz por merecer...
Rio blue, rio bleu,
porque que a gente não te ama,
se você nos dá tantos porquês!
Por todos os lados as minhas pedras,
meus amores estacados,
meus baixos, meus altos,
meus lugares abandonados
Eu vivo teu passado,
teu presente e temo seu futuro,
espera, que eu preciso,
viver ipanema com meus filhos
Rio blue, rio bleu,
porque que a gente não te ama,
se você nos dá tantos porquês...
Rio blue, rio bleu,
porque que a gente não te ama,
se você só faz por merecer!
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