sábado, 30 de novembro de 2019

Não encontrar ninguém

Antes que tu conte outra
eu preciso falar,
implico com esses caras bestas
que só sabem viver de mar.

E antes que tu cante outra
eu não gosto do Jeneci,
prefiro ouvir coisas mais tristes,
coisas que nunca terminam bem.

Eu sou como a nuvem que precipita,
eu vivo como ao mundo vim,
preciso acabar de uma vez com as mentiras,
não gosto de te ferir.

Mas antes que tu conte outra,
eu preciso falar,
detesto essa gente besta
que só sabe viver de bravata.

E antes que tu cante outra,
por favor, eu preciso dizer,
que eu não gosto do Camelo,
e não suporto esse novo estilo de pedantismo fuleiro.

Eu sou como um pássaro burro
a revoar na contra mão das andorinhas,
querendo sem medo
um inverno sem fim.

Eu sou um louco pela cidade nas madrugadas,
torcendo apenas para ter a sorte
de nunca ver ninguém...

Enfrentando as ruas vazias
de peito aberto e olhos tristes,
pedindo apenas para ter a sorte
de não ter que ver ninguém.

E antes que tu cante outra,
por favor, eu preciso dizer,
não bote outro disco na vitrola
que eu não quero mais ter que saber nada da vida.

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