sábado, 30 de novembro de 2019

Senilidade

A senilidade me salva,
desisto de ter que entender,
preciso sorrir como um louco
e sair nesse sol para sobreviver.

Tem dias que são noite
e noites que parecem anos,
às vezes eu me pergunto
onde tudo fugiu dos meus planos...

O Rio é mais selva que nunca,
a cidade flui caoticamente em contramão,
mas a senilidade me salva
e eu finjo que tudo ainda é tão bom.

Porque tem anos que são terríveis
e décadas que nos cansam,
às vezes eu me pergunto
como é que os humanos não dançam...

Mas a senilidade me salva,
já que eu nunca vou entender,
preciso ter sorte
e seguir desatento
para não desistir de viver.

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