quinta-feira, 31 de março de 2022

Inatos

Dizem por aí, que agora tudo é uma egotrip,
nessa muito nova era moderna de apliques,
de golpes e espelhos,
de narcisos afogados criando guelras
e permanecendo bem vivos.

E enquanto nada faz sentido
pra esse alguém que sempre foge do destino,
que faz um esforço louco
pra viver sempre perdido...

Se esquivando das pessoas chatas, 
dos quase mortos-vivos
que não dão nem duas páginas de um livro.

É como eu vou me controlando 
pra não viver de porre do mundo,
das pessoas rasas, dos homens de farda,
dos seres imensamente aguerridos
e quase sempre sem brilho.

Esses que me dão certeza 
da existência de um Deus poderoso e vivo.
Pois só a distração de um grande criador
poderia dar vida a tamanho vazio...

Vazio dessas almas desgarradas, e eu digo, 
desgraçadas;
dos homens sempre plácidos,
dos mansos residentes do vácuo 
de suas mentes parvas...

E dos viveres improfundos,
dos lemas flexíveis e inatos
que são a fina flor desse absurdo.

A prova da ignorância mais plena
que é o grande medo de fazer silêncio
e de assim criar justiça.

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