terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Nulo

A força da palavra, é nula,
o vasto vocábulo, o passado.

Coleciono agora o desagrado e a tensão,
não sirvo mais pra isso,
é o que parece,
é o que vivo.

Dissolvo o ansiolítico,
procuro a rima e desisto rápido,
fui um ser esfíngico,
mas hoje sigo pelo mínimo.

O ano passa, os meses voam,
o sangue corre nas minhas veias,
dezembro é sempre mais difícil,
será pra sempre mais difícil.

Escrevo muito e nada falo,
é essa amargura mascarada,
é essa vontade torturante
de não estar sozinho aqui.

Escrevo como terapia,
como cura pro pesar,
e com um medo insensato
de um futuro mais feliz.

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