quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Jus naturale

O que esses olhos negros contam por alto,
assim alto, eu não posso querer entender...

Sem querer que seja tudo meu, mesmo sem seu parecer,
sem te tocar, te ter por perto,
sem te desejar, sem pudores, sempre um pouco mais.

E os seus tons em degradê, os seus cantos,
o seu gosto, o sorriso mais lindo
mais branco do mundo em teu rosto...

Tudo isso me rende, me prende feito em canto e contraponto,
nessa rotina de te ver, de esconder pra me conter,
pra não deixar transparecer demais...

E todo esse corpo que ainda só queima em nome do amor,
um amor de tolo que me torna cada vez mais fraco,
prisioneiro do seu andar, louco de pedra nessa terra
onde a areia é sempre o palco perfeito pra te ver desfilar...

Mulher, mulher, mulher sem cor,
que tange meus sentimentos com leveza,
que toca o medo de dentro pra longe,
me situa, se insinua, me apaixona,
faz-me crer em outras verdades, teu corpo é um ataque,
um atentado covarde, com "jus naturale" a minha já escassa sanidade.

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