segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Descontrolado

Domingo chove,
domingo é noite em mim o dia inteiro.

É dopamina regulando,
é desespero...

As sombras habitam tudo que é meu,
tomam todo esse lugar, não há nada vivo demais aqui que me traga um sorriso
e isso nem é trágico...

Domingo é tristeza pulsando a milhas por hora
no pulso que inteiro não corta a minha onda
e só me assombra com um futuro de, sei lá, cinquenta anos a mais.

E então eu insisto nesse jogo
desisto do adeus, jogo isso a sério
e não pela ultima vez, aposto alto,
é como um vício...

Por que é lindo ver esse teu sorriso que de repente me encaixa
nesse quebra cabeça triste de concreto e asfalto,
e tempo, e preocupações, e bordões demais, e amor de menos...

E os sonhos que antes eram tudo,
os sonhos que me tiravam os pés da areia...

Hoje sussurram a felicidade
num ritmo que o mar invejaria.

Por isso eu corro atrás, eu quero mais
por que não é novidade,
não é brincadeira... Nunca foi!

Eu to viciado em você,
to vidrado no teu movimento.

Eu to perdido ignorando outros tantos corpos celestiais
que me cruzam, machucam, me deixam tarado
nesse mundo fútil, lindo, de belas cadelas de marca e marcas de sol...

De tatuagens que ninguém acharia se não fossem tão fáceis,
não fossem tão ágeis no seu instinto louco, autodestrutivo de caçar.

Caçar e atirar sem querer, por lapso, no amor!
O amor, logo o amor que nada fez.

E agora, por esse trágico vício nosso de ignorar o amor ferido.
O mundo é mais triste e sombrio.

O mundo de repente é domingo demais pra viver.

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