segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Harmonioso silêncio

Harmonioso é o silêncio que corta os ouvidos,
que canta canções só à dois, só nós dois,
eu e ela, e um céu sem fim no mar,
parecem nuvens brancas, mas são ondas...

E batem na lua deserta, em meio ao caos,
desses precipícios sociais...
E os tais, nas suas coberturas
cobrem mundos,
mundos mudos falsos leblons.

Ao som do silêncio da manhã,
em meio a tantos ideais perdidos,
tantos choros, tantos risos...

Eu me afogo numa xícara de café,
e sujo as mãos com o sangue capital do jornal.

Que mal...
Que mal tem?

Mal nenhum...
"Mal nenhum a não ser a mim mesmo"

Mas o silêncio me trai de repente,
num grito insano e ruim...

E era só mais um, mais um qualquer do meu lado,
que queria deixar de amar, deixar de sonhar.

Pra escrever um final feliz, 
uma história real...

Sem mal nenhum nas calçadas 
e mesas de bar
nas pilastras 
e pedras redondas 
esculpidas pelo mar.

Sem mal nenhum...
nos canudos, 
tirinhos 
e sedas queimadas
nas viagens 
e nas dores todas anestesiadas 
e esculpidas pelo amor.

Feito poeta, eu vivo vivendo milagres,
iluminado, levitando entre os espaços
cantando os desmaios, 
os deslizes de Deus...

Orvalhos, ensaios simples,
onda pros que veem e não sabem
da beleza que canta por si.

Menor esforço,
só ando torto pra enxergar melhor o mundo.

Só vivo torto por aí
pra que me chamem de vagabundo.

Menor esforço,
eu vivo assim sem cessar, 
sem negar um só verso
ao mais simples deslize 
que é uma lágrima de flor.

Não é orvalho, nem ato falho,
é a tristeza de um lugar ao sol 
com tanta sombra por aí.

E de encontro a outros e outras,
em passos cordiais e sem valor,
eu vivo só de esmola,
vivo feito um beija flor.

Esse é o meu mundo, 
meu mundo mudo.

Cruel... feliz.

Esse é o meu jeito, 
meu jeito tolo.

Não ver defeitos
e pesar os olhos pra quem não me faz feliz.

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