Ela caminha nos meus sonhos
como quem vai pisando em nuvens.
Leve, como leve pluma
Muito leve leve voa!
Noites atrás eu vivi na pele
um medo louco de te dividir com alguém.
E louco que sou...
acordei e senti ciúmes de uma foto de nós dois,
como se não fosse eu
e nada fosse mais como deveria ser.
Nisso eu quase me rendi
só pra não ter que levantar
mas tive uma ponta de vontade de viver
e saí...
Caminhando nos seus sonhos,
descalço nos cacos das coisas quebradas
nas cenas das nossas brigas.
E então eu respirei bem fundo
e enchi o pulmão rumo ao nosso portal
ao nosso mundo verde lindo, de ares leves,
uma Lage de amor breve, nesse mar de mato e asfalto craudeado
que sem mágoa da longa ausência, ainda estava toda igual.
As pedras, os bichos, as plantas
as mesmas paredes pixadas...
E eu ia, eu ria vagando de olhos felizes,
porque mesmo pela madrugada...
Eu quase que te ouvia narrando os meus deslizes.
E lembrava de você por toda volta
cambaleante, escorada nos meus ombros falando besteiras.
Prometendo praia enquanto quase dormia,
prometendo chuva se só eu te bastasse naquele dia.
E eu? Eu ia, eu ria...
De encontro ao lustre e ao eco,
de certo em direção ao nosso "american" teto preto de cada noite.
Que zelava pelo sono paranóico e pouco sereno
de dois que não valiam meio
dois quase mortos de amor e riso.
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