Essa noite eu precisei
fazer uma canção
pra dormir...
Uma canção pra quando você voltar.
Meus dias passam muito devagar,
o céu azul me tira o chão,
qualquer amor
me faz faltar o ar...
E quando eu me lembro de você
assim bem no verão
e vinda de outros verões...
Quando eu me lembro como era bom
e não aceito mesmo o jeito manso,
sonso e triste que você escolheu pra ir embora,
é que tudo parece piorar.
Essa noite eu precisei
fazer uma canção
pra dormir...
Uma canção pra quando você voltar.
Me tirando os olhos desse mundo escuro,
me roubando sonhos de amor
e jurando de cara lavada,
jurando pelo redentor...
Que a felicidade nunca foi embora.
Essa noite eu precisei
fazer uma canção
pra dormir,
uma canção pra quando você voltar...
E dormi,
dormi sem cantar.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Trevas totais
Nem todo meu descontento,
todo descontentamento que carrego,
todas as merdas que falo,
toda dor, todo rancor que eu guardo
seria motivo o bastante pra
explicar essa aura negra...
Nada, nada pode fazer isso parecer legítimo!
Nem todo sol dessa já conhecida parte
consegue desfazer as sombras,
nem todo calor desse Rio,
nem todo verde do mar,
nem o amargo das ondas,
das noites, das longas manhãs...
Nada, nada me tira as trevas de dentro,
nada me tira de dentro das trevas,
trevas totais.
Sinto que me falta tanto
que não sei por onde começar,
Sinto que não mereço nada do que tenho,
às vezes penso em me jogar, penso em voar,
sumir daqui, dalí, de todo lugar...
Desaparecer, sumir com gosto de sangue na boca,
manchando as paredes, sorrindo e sendo filmado,
ferido, morrendo calado, seguindo no passo de sempre...
Na escuridão de ontem,
na infâmia do hoje,
na certeza aterrorizante do amanhã.
Nem todo meu descontentamento justifica,
nada, nada sinto,
desapareço,
partido,
minto.
todo descontentamento que carrego,
todas as merdas que falo,
toda dor, todo rancor que eu guardo
seria motivo o bastante pra
explicar essa aura negra...
Nada, nada pode fazer isso parecer legítimo!
Nem todo sol dessa já conhecida parte
consegue desfazer as sombras,
nem todo calor desse Rio,
nem todo verde do mar,
nem o amargo das ondas,
das noites, das longas manhãs...
Nada, nada me tira as trevas de dentro,
nada me tira de dentro das trevas,
trevas totais.
Sinto que me falta tanto
que não sei por onde começar,
Sinto que não mereço nada do que tenho,
às vezes penso em me jogar, penso em voar,
sumir daqui, dalí, de todo lugar...
Desaparecer, sumir com gosto de sangue na boca,
manchando as paredes, sorrindo e sendo filmado,
ferido, morrendo calado, seguindo no passo de sempre...
Na escuridão de ontem,
na infâmia do hoje,
na certeza aterrorizante do amanhã.
Nem todo meu descontentamento justifica,
nada, nada sinto,
desapareço,
partido,
minto.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Gabriela
É bom saber que o mundo existe,
que o sol dá as caras todo dia por aqui também...
É bom saber que existe mundo sem Gabriela,
que existe vida
fora do reflexo dos olhos dela.
Me surpreende um bocado descobrir
que existe ar desse lado,
que é possível respirar de fato,
que existe mar...
Parece loucura,
mas é tudo verdade aqui também,
é tudo de verdade e eu nem desconfiava.
Engraçado,
mas se você terminar lendo isso por acaso,
desconsidere o clichê de que é saudade...
Tudo que eu digo é só um desabafo,
é o efeito da surpresa
de que é possível viver sem você...
Ainda que não seja um prazer,
é possível viver.
que o sol dá as caras todo dia por aqui também...
É bom saber que existe mundo sem Gabriela,
que existe vida
fora do reflexo dos olhos dela.
Me surpreende um bocado descobrir
que existe ar desse lado,
que é possível respirar de fato,
que existe mar...
Parece loucura,
mas é tudo verdade aqui também,
é tudo de verdade e eu nem desconfiava.
Engraçado,
mas se você terminar lendo isso por acaso,
desconsidere o clichê de que é saudade...
Tudo que eu digo é só um desabafo,
é o efeito da surpresa
de que é possível viver sem você...
Ainda que não seja um prazer,
é possível viver.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Setenta anos
Quando eu tiver setenta anos
eu vou ser mágico e pianista,
eu vou ter terra cuidada
verde até perder vista...
Vou plantar palmeiras, carvalhos,
jacarandás,
vou ter mangas duplas costuradas
pra poder esconder o ás...
Vou estar cheio de dentes
pra sorrir pro que vier,
e ainda vou ter os olhos sinceros
de quem não sabe o que quer...
Vou amar moça bonita a vida toda
pra saber se é a morte que separa
ou a gente que deixa morrer.
Eu vou ter filhos em penca
que é pra ter com o que me preocupar...
meninos cheios de saúde
e meninas lindas todas feitas pra chorar.
eu vou ser mágico e pianista,
eu vou ter terra cuidada
verde até perder vista...
Vou plantar palmeiras, carvalhos,
jacarandás,
vou ter mangas duplas costuradas
pra poder esconder o ás...
Vou estar cheio de dentes
pra sorrir pro que vier,
e ainda vou ter os olhos sinceros
de quem não sabe o que quer...
Vou amar moça bonita a vida toda
pra saber se é a morte que separa
ou a gente que deixa morrer.
Eu vou ter filhos em penca
que é pra ter com o que me preocupar...
meninos cheios de saúde
e meninas lindas todas feitas pra chorar.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Igual a todas
Você é igual a todas elas,
fera, cinderela,
princesa de pedra...
Desfilando com o seu corpinho hermético por aí,
destravando seu previsível
vocabulário bélico pra me distrair...
Mas eu te conheço melhor que ninguém,
eu te arranco dos olhos
os mares que você não se deixa mostrar...
Eu te faço acusar toda dor
só pra ter em troca o sabor
de ver tudo que é real aí dentro.
A parte que não mente,
que dói, que é frágil, triste,
e inseparável de tudo que é mais lindo em você.
A parte mais linda que você não sabe usar,
a parte que eu insisto em te roubar...
Só porque você se nega o prazer de reconhecer
que sua síntese mais pura
é essa que vive escondida...
É essa maravilha triste,
são os seus olhos salgados, rasos d'água,
são os seus sofrimentos jogados no meu peito.
É a dor e a pureza sereníssima
de tudo que você me entrega pra sentir também,
de tudo que você despeja com os olhos no meu coração.
Mas no fim, você é igual a todas elas,
prefere não ter ponto fraco,
prefere ser o meu ponto fraco.
fera, cinderela,
princesa de pedra...
Desfilando com o seu corpinho hermético por aí,
destravando seu previsível
vocabulário bélico pra me distrair...
Mas eu te conheço melhor que ninguém,
eu te arranco dos olhos
os mares que você não se deixa mostrar...
Eu te faço acusar toda dor
só pra ter em troca o sabor
de ver tudo que é real aí dentro.
A parte que não mente,
que dói, que é frágil, triste,
e inseparável de tudo que é mais lindo em você.
A parte mais linda que você não sabe usar,
a parte que eu insisto em te roubar...
Só porque você se nega o prazer de reconhecer
que sua síntese mais pura
é essa que vive escondida...
É essa maravilha triste,
são os seus olhos salgados, rasos d'água,
são os seus sofrimentos jogados no meu peito.
É a dor e a pureza sereníssima
de tudo que você me entrega pra sentir também,
de tudo que você despeja com os olhos no meu coração.
Mas no fim, você é igual a todas elas,
prefere não ter ponto fraco,
prefere ser o meu ponto fraco.
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Nada mudou
Planando no silêncio das ruas
vejo o Esplanada a meia luz...
E o tempo eu venho percebendo,
está passando,
desmantelando o nosso lugar.
O céu anda dizendo coisas,
vive sussurrando a sua falta,
me entregando os seus olhos
nas cores dos finais de tarde.
E eu não respondo mais,
não tenho porque gritar aos sete ventos,
eu não me importo não,
eu não me encontro por mais ninguém.
E se alguém correr pra te dizer
que alguma coisa mudou...
Não acredite!
Só preste atenção
e lembre de qualquer coisa...
Que nos tenha feito feliz,
que nos faça pensar em casa,
que nos faça pensar em casar...
Que é pra querer viver
mais longe que daqui algumas horas,
que é pra poder ver o sol nascer
e não ter hora de ir embora...
E se alguém disser
que alguma coisa mudou...
Não acredite, amor!
vejo o Esplanada a meia luz...
E o tempo eu venho percebendo,
está passando,
desmantelando o nosso lugar.
O céu anda dizendo coisas,
vive sussurrando a sua falta,
me entregando os seus olhos
nas cores dos finais de tarde.
E eu não respondo mais,
não tenho porque gritar aos sete ventos,
eu não me importo não,
eu não me encontro por mais ninguém.
E se alguém correr pra te dizer
que alguma coisa mudou...
Não acredite!
Só preste atenção
e lembre de qualquer coisa...
Que nos tenha feito feliz,
que nos faça pensar em casa,
que nos faça pensar em casar...
Que é pra querer viver
mais longe que daqui algumas horas,
que é pra poder ver o sol nascer
e não ter hora de ir embora...
E se alguém disser
que alguma coisa mudou...
Não acredite, amor!
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Feita pra salgar
Ela chora tão bonito,
que amor, que graça.
Ela é feita pra sorrir,
mas de riso não se acaba.
Ela chora tão bonito
e sabe disso.
Ela é toda pra casar,
pra amar,
fazer salgar,
faltar o ar...
Ela chora tão bonito, neguinho,
que eu não sei se consigo
viver sem tê-la pra mim.
que amor, que graça.
Ela é feita pra sorrir,
mas de riso não se acaba.
Ela chora tão bonito
e sabe disso.
Ela é toda pra casar,
pra amar,
fazer salgar,
faltar o ar...
Ela chora tão bonito, neguinho,
que eu não sei se consigo
viver sem tê-la pra mim.
sábado, 8 de fevereiro de 2014
Fazer refrão
Às vezes elas precisam ir
pra poder virar refrão,
às vezes eu não quero que elas sumam,
mas aí elas se vão...
E aí, fico feliz por ser triste de novo,
por ter outro amor pra lavrar sentença,
outro amor pra gastar tinta,
pra resmungar pelas esquinas...
É, às vezes elas precisam ir
pra eu poder amar direito,
pra eu poder falar pros outros
que minha sina é mesmo de sofrer
e que não tem mais jeito...
E aí, eu tropeço em outra,
fecho os meus olhos e ouvidos...
eu rezo, eu peço ao senhor das esferas
pra que não esqueça de bolar um outro fim...
Que é pra eu poder fazer refrão,
que é pra eu poder amar melhor.
pra poder virar refrão,
às vezes eu não quero que elas sumam,
mas aí elas se vão...
E aí, fico feliz por ser triste de novo,
por ter outro amor pra lavrar sentença,
outro amor pra gastar tinta,
pra resmungar pelas esquinas...
É, às vezes elas precisam ir
pra eu poder amar direito,
pra eu poder falar pros outros
que minha sina é mesmo de sofrer
e que não tem mais jeito...
E aí, eu tropeço em outra,
fecho os meus olhos e ouvidos...
eu rezo, eu peço ao senhor das esferas
pra que não esqueça de bolar um outro fim...
Que é pra eu poder fazer refrão,
que é pra eu poder amar melhor.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Ver a lua
Bom dia, dia,
mas me perdoe
que eu já estava de saída...
Eu preciso dormir
pra poder ver a lua
e as luzes dos barcos
formando outras silenciosas constelações.
É que daqui do alto
de noite, tudo é tão claro
que eu nem sinto falta desse seu brilho de Rá.
Porque se você quer saber,
o meu sol pode ser o cristo
com suas mil indumentárias de cores...
E quando tudo estiver nublado
que o jockey acenda as suas luzes
até a alvorada dar as caras...
Bom dia, dia,
mas me dê licença que eu já vou,
a noite é mais sedutora
e meu caminho é mais de amor.
mas me perdoe
que eu já estava de saída...
Eu preciso dormir
pra poder ver a lua
e as luzes dos barcos
formando outras silenciosas constelações.
É que daqui do alto
de noite, tudo é tão claro
que eu nem sinto falta desse seu brilho de Rá.
Porque se você quer saber,
o meu sol pode ser o cristo
com suas mil indumentárias de cores...
E quando tudo estiver nublado
que o jockey acenda as suas luzes
até a alvorada dar as caras...
Bom dia, dia,
mas me dê licença que eu já vou,
a noite é mais sedutora
e meu caminho é mais de amor.
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