Se bem lembro, talvez fosse dezembro,
de um tempo em que eu ainda
trazia alguma cor nos olhos.
Ah, e se estiver certo,
pode ser que agora eu lembre,
ela era uma linda menina de olhos claros,
tinha os olhos rasos de esperança,
olhos claros raros,
daqueles que muito pouco choraram,
olhos que me roubaram todo o amor de uma só vez.
E trago essa dor comigo, por tê-la perdido,
naquele fim de tarde, naquele domingo,
naquele verão de tantas incertezas.
Mas se bem me lembro, era dezembro,
e eu ainda tinha toda a vida pra viver,
ah, e se estiver certo,
pode ser que agora eu me lembre mesmo...
Mas ela era tão menina,
tão feita pra ser sempre um grande amor,
que por lá ficou,
gravada como numa moldura,
num pedacinho daquele verão.
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