terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Ray-bans

Desencanto repentino,
já é tarde, 
eu vou contigo...

Mas não é sobre isso,
é só o ar...

Que de tão leve desmaia,
que como Deus dono das praias,
senhor das esferas... como é bom.

Dá pra mim que eu pego e acudo,
toda gente, todo o mundo,
choro se for pra te ver feliz.

Porque quando nada, quero tudo,
que por nada, eu mergulho,
canto até a fita acabar...

Digo coisas absurdas,
barbarizo teses lindas,
sei que é bobo e eu gosto muito,
o provinciano é que é absurdo,
não tô aqui pra te capturar.

Sou desencanto repentino,
pá e bola, desatino,
rio, choro,
faço como nunca ninguém fez.

Dá pra mim que eu rolo e chuto,
tudo é lindo, tudo é super,
por de trás das lentes 
do meus antigos ray-bans.

Desencanto, não quero o mundo,
quero forma e conteúdo,
gente que o olho brilha
sem ter de falar...

Que de tão leve assim me atraia,
como Deus dono das praias,
senhor das esferas... como é bom.

Eu te agradeço, 
e dou adeus...

Não entenda mal,
só que já deu...

É que quando passa o efeito 
eu sou ateu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário