quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Profanador

De certo risonho
profanador de corações,
desavergonhado colecionador
de deslizes, distrações.

Caminhante leve de passos sortidos,
seccionando,
marcando com os olhos todos os desvios.

Destemido, pra sempre menino,
descomunalmente provido
de talento, dom divino,
pras inutilezas, sutilezas,
as delícias do caminho...

Inimaginável,
despretensioso protagonista de lugar nenhum,
muy afortunado, gaiato, atirado,
sorriso rasgado, coringa,
inadvertidamente levado
pelos improvisos dessa vida.

Narciso ferido no eco
de suas repetidas conjecturações,
incompreendido, perdido em seu próprio ser,
rendido bem quando havia de se reerguer.

Profanador de corações,
por prazer, facilidade,
por verdades que só Deus entenderia.

Profanador de corações,
descrente do amor
pela dor que traz consigo.

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