Chico, Tom e Vinicius |
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Da praia grande ao piauí
Ela disse pra mim
que não consegue mais dormir
e nem sabe que é porque
vive acordada aqui comigo...
Dizendo sempre
o que eu preciso ouvir,
falando um monte pra mim,
assuntando sobre amor,
jurando vidas sob o mar...
De pés na areia,
bem como eu vejo o mundo,
de ipanema a marambaia,
da praia grande ao piauí...
Ela disse pra mim
que não consegue dormir
e nem desconfia
que vive acordada nos meus sonhos.
Iluminando minhas noites
com os olhos acesos pela madrugada,
inexplicavelmente dá jeito em mim
com uma ou duas palavras...
Ela é mais que amor,
é meditação,
ela é terra de santa cruz,
é samba de verão.
Ela disse pra mim
que não consegue dormir,
e eu disse pra ela...
Amor, vem deitar aqui.
que não consegue mais dormir
e nem sabe que é porque
vive acordada aqui comigo...
Dizendo sempre
o que eu preciso ouvir,
falando um monte pra mim,
assuntando sobre amor,
jurando vidas sob o mar...
De pés na areia,
bem como eu vejo o mundo,
de ipanema a marambaia,
da praia grande ao piauí...
Ela disse pra mim
que não consegue dormir
e nem desconfia
que vive acordada nos meus sonhos.
Iluminando minhas noites
com os olhos acesos pela madrugada,
inexplicavelmente dá jeito em mim
com uma ou duas palavras...
Ela é mais que amor,
é meditação,
ela é terra de santa cruz,
é samba de verão.
Ela disse pra mim
que não consegue dormir,
e eu disse pra ela...
Amor, vem deitar aqui.
Torrentes
1 - Parte primeira
Nessa vida muito morna de torrentes
e de acessos incompreensíveis,
ainda me encontro são e salvo,
de canto, virado,
vidrado nos olhos de cor de sempre...
Repetindo minhas verdades inventadas,
minhas verdades preferidas,
minha regras infundadas...
Num regozijo de pura tristeza,
ritual massacrante,
pra dar forma de letra
nas lágrimas que caem sob a mesa.
Bem do jeitinho que escrevia seu nome no ar,
dispersando o nevoeiro de amargura que havia entre nós,
lembrando de quando media sua mão junto da minha,
naquele tatear incansável,
coisa de quem ainda não tinha medo de amar.
2 - Parte segunda
Por Deus, fechem as janelas,
tranquem as portas a chave,
eu perdi o amor que tinha por ela.
Acordei distraído,
o dia começou mais triste do que o normal,
por algum motivo sumiu todo o encantamento,
desvendou-se o inexplicável,
fez-se triste
o que me parecia sempre alegre.
Senti na pele o frio
de um sol de quarenta graus,
congelei sem perceber
na sombra antes alentadora
de uma frondosa amendoeira.
Eu não sorri nem pros cachorros do parque,
a não ser pra um bulldog bastante simpático.
Esqueci de olhar o mar,
não vi as ondas como estavam,
nem o horizonte se era claro ou nuveado,
eu não quis sair em pleno sábado.
É, acho que perdi isso aqui dentro de casa mesmo,
deve estar num canto escuro,
num cantinho empoeirado.
O amor tem dessas,
vive se perdendo
querendo ser achado.
Nessa vida muito morna de torrentes
e de acessos incompreensíveis,
ainda me encontro são e salvo,
de canto, virado,
vidrado nos olhos de cor de sempre...
Repetindo minhas verdades inventadas,
minhas verdades preferidas,
minha regras infundadas...
Num regozijo de pura tristeza,
ritual massacrante,
pra dar forma de letra
nas lágrimas que caem sob a mesa.
Bem do jeitinho que escrevia seu nome no ar,
dispersando o nevoeiro de amargura que havia entre nós,
lembrando de quando media sua mão junto da minha,
naquele tatear incansável,
coisa de quem ainda não tinha medo de amar.
2 - Parte segunda
Por Deus, fechem as janelas,
tranquem as portas a chave,
eu perdi o amor que tinha por ela.
Acordei distraído,
o dia começou mais triste do que o normal,
por algum motivo sumiu todo o encantamento,
desvendou-se o inexplicável,
fez-se triste
o que me parecia sempre alegre.
Senti na pele o frio
de um sol de quarenta graus,
congelei sem perceber
na sombra antes alentadora
de uma frondosa amendoeira.
Eu não sorri nem pros cachorros do parque,
a não ser pra um bulldog bastante simpático.
Esqueci de olhar o mar,
não vi as ondas como estavam,
nem o horizonte se era claro ou nuveado,
eu não quis sair em pleno sábado.
É, acho que perdi isso aqui dentro de casa mesmo,
deve estar num canto escuro,
num cantinho empoeirado.
O amor tem dessas,
vive se perdendo
querendo ser achado.
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
Blues de apartamento
Eu ando aceitando o fato
de nunca mais te encontrar...
E é como perder o amor de um Deus,
de uma Deusa que subitamente
esqueceu de me amparar.
Assim desprotegido, entregue,
eu sigo, resisto a esse golpe duro da vida,
dessa ciranda de separação.
Por isso eu tirei esse blues,
um blues cheio de ressentimento.
Eu fiz pra você,
fiz pensando em nós dois,
em tudo que já não existe mais
e me acabei de chorar...
Eu fiz um blues,
um blues de apartamento,
só que é do verbo apartar.
de nunca mais te encontrar...
E é como perder o amor de um Deus,
de uma Deusa que subitamente
esqueceu de me amparar.
Assim desprotegido, entregue,
eu sigo, resisto a esse golpe duro da vida,
dessa ciranda de separação.
Por isso eu tirei esse blues,
um blues cheio de ressentimento.
Eu fiz pra você,
fiz pensando em nós dois,
em tudo que já não existe mais
e me acabei de chorar...
Eu fiz um blues,
um blues de apartamento,
só que é do verbo apartar.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Ponta da pena
Vivendo por palavras,
dando sangue por epígrafes razoáveis,
sigo essa vida mansa de escritor,
de pobre lamentador sem obra...
Rezando por disciplina,
por paciência e luz
pra dar luz a um romance
que não seja um romance de esquina.
Ah como eu queria...
Por Caroline,
por Luisa,
por Alice,
umas Marias...
Ah eu bem queria.
Queria epígrafes menos corporais,
achava bom sentir qualquer coisa etérea antes de tudo,
antes de me desiludir de vez com o mundo,
com as crenças todas dessa esfera muito louca.
Porque há dias que não existem verdades,
da ciência e religião aos números,
do brilho dos olhos ao amor de uma criança.
E eu...
Não ligo mesmo,
eu só quero tirar verso de tudo,
ter o poder, o dom,
perícia com a palavra,
eu só queria esse sossego,
essa pureza e mansidão,
pra avultar na minha alma o apuro
pra versar cada pedrinha no chão...
E continuar vivendo por epígrafes possíveis,
dando sangue por boas palavras combinadas,
seguindo aos trancos e barrancos
nessa vida de costas muito quentes,
inteiro tomado por tristezas de escritor,
por muito medo de folhas em branco
e de sentir a ponta da pena sem amor.
dando sangue por epígrafes razoáveis,
sigo essa vida mansa de escritor,
de pobre lamentador sem obra...
Rezando por disciplina,
por paciência e luz
pra dar luz a um romance
que não seja um romance de esquina.
Ah como eu queria...
Por Caroline,
por Luisa,
por Alice,
umas Marias...
Ah eu bem queria.
Queria epígrafes menos corporais,
achava bom sentir qualquer coisa etérea antes de tudo,
antes de me desiludir de vez com o mundo,
com as crenças todas dessa esfera muito louca.
Porque há dias que não existem verdades,
da ciência e religião aos números,
do brilho dos olhos ao amor de uma criança.
E eu...
Não ligo mesmo,
eu só quero tirar verso de tudo,
ter o poder, o dom,
perícia com a palavra,
eu só queria esse sossego,
essa pureza e mansidão,
pra avultar na minha alma o apuro
pra versar cada pedrinha no chão...
E continuar vivendo por epígrafes possíveis,
dando sangue por boas palavras combinadas,
seguindo aos trancos e barrancos
nessa vida de costas muito quentes,
inteiro tomado por tristezas de escritor,
por muito medo de folhas em branco
e de sentir a ponta da pena sem amor.
sábado, 13 de dezembro de 2014
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Muito mais
Toda vez que eu perco o sono
eu me apaixono
novamente por você...
E ah se eu pudesse,
se o vento leste hoje viesse,
eu gritaria da janela,
eu pediria pra ele te levar o meu amor.
Mas hoje está tudo tão distante,
nada é mais como era antes,
e se te vejo por aí,
que mundo é esse,
eu já nem te beijo mais,
eu só te vejo,
e é só...
Toda vez que eu perco o sono
esse é mais um dia meu
que você ganhou...
E eu sonho acordado
esperando você vir buscar todos os seus dias,
me fitando com os olhos pretos,
me cobrando todo amor que eu disse que daria
e querendo muito mais de mim.
eu me apaixono
novamente por você...
E ah se eu pudesse,
se o vento leste hoje viesse,
eu gritaria da janela,
eu pediria pra ele te levar o meu amor.
Mas hoje está tudo tão distante,
nada é mais como era antes,
e se te vejo por aí,
que mundo é esse,
eu já nem te beijo mais,
eu só te vejo,
e é só...
Toda vez que eu perco o sono
esse é mais um dia meu
que você ganhou...
E eu sonho acordado
esperando você vir buscar todos os seus dias,
me fitando com os olhos pretos,
me cobrando todo amor que eu disse que daria
e querendo muito mais de mim.
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Se voltar
Se você voltar
eu vou estar aqui,
cedo ou tarde,
eu vou estar pra você...
Por acidente,
por acaso,
por descuido,
por prazer...
Eu vou estar.
Eu vou ficar.
Vou dar plantão nos nossos cantos,
chorar como nunca nas suas pedras,
vou acampar no mirante,
virar caixeiro viajante,
não vou voltar pra casa,
não tenho lar...
É que é desamparado que eu vivo
sem abrigo no teu peito.
É desamparado que eu sigo,
preciso mesmo me virar no mundo.
Mas se você voltar,
se voltar eu vou estar aqui,
cedo ou tarde,
dia ou noite,
nossas horas,
nossos dias,
eu vou estar,
eu vou ficar...
Vou dar plantão nos seus lugares,
vou desaguar na sua rua,
eu vou plantar uma palmeira,
um jacarandá,
vou dar de maluco...
Eu vou gritar os meus versos estúpidos
na alta madrugada,
vou te acordar pra ver o show,
o meu trepidar pelas calçadas...
Eu vou prometer
que vou parar de beber,
vou plantar um ipê amarelo
no seu scarpin vermelho,
e vou ser bem sincero,
vou discursar sempre aos berros,
me apresentar pra sua varanda vazia
pra matar-te de vergonha,
fazer você chamar a polícia!
Eu vou me jogar nos paralelos,
alucinar, fazer papel de perturbado,
eu vou rolar de rir a noite inteira,
ladeira a baixo, ladeira a baixo...
Mas se você voltar,
se voltar eu vou estar aqui,
cedo ou tarde,
dia ou noite,
vou estar só pra você...
Pra assistir a sua volta,
pra beijar-te o corpo inteiro
e esquecer da falta doentia que você me fez.
eu vou estar aqui,
cedo ou tarde,
eu vou estar pra você...
Por acidente,
por acaso,
por descuido,
por prazer...
Eu vou estar.
Eu vou ficar.
Vou dar plantão nos nossos cantos,
chorar como nunca nas suas pedras,
vou acampar no mirante,
virar caixeiro viajante,
não vou voltar pra casa,
não tenho lar...
É que é desamparado que eu vivo
sem abrigo no teu peito.
É desamparado que eu sigo,
preciso mesmo me virar no mundo.
Mas se você voltar,
se voltar eu vou estar aqui,
cedo ou tarde,
dia ou noite,
nossas horas,
nossos dias,
eu vou estar,
eu vou ficar...
Vou dar plantão nos seus lugares,
vou desaguar na sua rua,
eu vou plantar uma palmeira,
um jacarandá,
vou dar de maluco...
Eu vou gritar os meus versos estúpidos
na alta madrugada,
vou te acordar pra ver o show,
o meu trepidar pelas calçadas...
Eu vou prometer
que vou parar de beber,
vou plantar um ipê amarelo
no seu scarpin vermelho,
e vou ser bem sincero,
vou discursar sempre aos berros,
me apresentar pra sua varanda vazia
pra matar-te de vergonha,
fazer você chamar a polícia!
Eu vou me jogar nos paralelos,
alucinar, fazer papel de perturbado,
eu vou rolar de rir a noite inteira,
ladeira a baixo, ladeira a baixo...
Mas se você voltar,
se voltar eu vou estar aqui,
cedo ou tarde,
dia ou noite,
vou estar só pra você...
Pra assistir a sua volta,
pra beijar-te o corpo inteiro
e esquecer da falta doentia que você me fez.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
domingo, 7 de dezembro de 2014
Deusa desse lado
Não a vejo faz um ano,
um e um pouco mais,
já não me lembro,
já vive um pouco longe demais...
Mas sabe,
sempre que ela me aparece,
parece sempre
um pouco mais linda.
Às vezes tenho a impressão
de que ela é um anjo
em ascendente evolução.
Uma entidade superior,
ser perfeito, com luz própria
e o amor do mundo todo dentro de si.
E só vive aqui pra se encantar,
pra ter um pouco mais da vida,
diferir melhor inteligência e sabedoria.
Ela tem mesmo qualquer coisa
de surpreendente, inexplicável,
e pra mim,
acho que só faz hora nesse lugar...
Já que em verdade
está prestes a se tornar
a Deusa desse lado da galáxia.
um e um pouco mais,
já não me lembro,
já vive um pouco longe demais...
Mas sabe,
sempre que ela me aparece,
parece sempre
um pouco mais linda.
Às vezes tenho a impressão
de que ela é um anjo
em ascendente evolução.
Uma entidade superior,
ser perfeito, com luz própria
e o amor do mundo todo dentro de si.
E só vive aqui pra se encantar,
pra ter um pouco mais da vida,
diferir melhor inteligência e sabedoria.
Ela tem mesmo qualquer coisa
de surpreendente, inexplicável,
e pra mim,
acho que só faz hora nesse lugar...
Já que em verdade
está prestes a se tornar
a Deusa desse lado da galáxia.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
O homem que chora
O homem que chora se recolhe no frio,
se debruça nas pedras,
recita Augusto dos Anjos,
profere a psicologia de um vencido
com sol poente nos pulmões,
infinitas verdades doídas
pros desavisados de plantão.
O homem que chora
nem sempre chora por si mesmo,
nem sempre sabe porque chora,
e como as lágrimas que caem de surpresa
não lhe permitindo qualquer dissimulação,
de súbito o homem não mais se pôs a chorar.
Seu poente desapareceu,
calou seu choro num tempo que ele nomeou
de o escuro do mundo,
do mundo dele,
de suas frias noites,
de suas pedras prediletas...
Durante anos fraquejou sua fala
ao tentar explicar
o estancamento de seu choro,
dizia que era autoconhecimento,
que só assim passeava em suas tristezas com calma,
que era melhor pra entender,
pra encontrar a fonte invisível
de toda aquela melancolia...
Só assim ele podia ter o mundo dele
tal qual suas lágrimas não o permitiam ter.
Alguns despejaram patologias,
receitaram medicamentos,
pediram exames,
recomendaram internação.
Mas de lá de dentro do mundo dele,
num momento de fraqueza,
lapso, desatenção,
num lampejo de craque,
jogadaça da tristeza...
O homem chorou de novo.
Chorou e chorou melhor,
chorou como nunca antes haviam chorado,
chorou com paixão,
chorou cobrando compreensão dos poetas,
chorou pra calar os médicos
chorou de fazer inveja aos bebês da maternidade.
O homem chorou,
chorou porque é homem.
Chorou pelo desespero da existência,
o desespero da piedade,
chorou pelo pedantismo,
chorou a servidão de tantas vidas,
chorou pelas quimeras todas,
chorou o sangue das guerras,
a felicidade das mães,
a falta que sentem os netos,
as brigas dos namorados felizes,
a decepção dos pais,
o joelho ralado,
o braço quebrado,
tornozelo torcido,
o sol por entre as nuvens,
um sábado perdido...
Ah, como chorou o homem,
como chora ainda...
E por entre um soluço e outro,
é possível escutá-lo dizendo
que não volta pro mundo dele nunca mais,
que prefere o mundo dos homens,
desses homens que não entendem
a virtuosidade da própria tristeza e solidão.
Diz que chora por isso também,
e que vai viver assim...
Viver até morrer de chorar.
se debruça nas pedras,
recita Augusto dos Anjos,
profere a psicologia de um vencido
com sol poente nos pulmões,
infinitas verdades doídas
pros desavisados de plantão.
O homem que chora
nem sempre chora por si mesmo,
nem sempre sabe porque chora,
e como as lágrimas que caem de surpresa
não lhe permitindo qualquer dissimulação,
de súbito o homem não mais se pôs a chorar.
Seu poente desapareceu,
calou seu choro num tempo que ele nomeou
de o escuro do mundo,
do mundo dele,
de suas frias noites,
de suas pedras prediletas...
Durante anos fraquejou sua fala
ao tentar explicar
o estancamento de seu choro,
dizia que era autoconhecimento,
que só assim passeava em suas tristezas com calma,
que era melhor pra entender,
pra encontrar a fonte invisível
de toda aquela melancolia...
Só assim ele podia ter o mundo dele
tal qual suas lágrimas não o permitiam ter.
Alguns despejaram patologias,
receitaram medicamentos,
pediram exames,
recomendaram internação.
Mas de lá de dentro do mundo dele,
num momento de fraqueza,
lapso, desatenção,
num lampejo de craque,
jogadaça da tristeza...
O homem chorou de novo.
Chorou e chorou melhor,
chorou como nunca antes haviam chorado,
chorou com paixão,
chorou cobrando compreensão dos poetas,
chorou pra calar os médicos
chorou de fazer inveja aos bebês da maternidade.
O homem chorou,
chorou porque é homem.
Chorou pelo desespero da existência,
o desespero da piedade,
chorou pelo pedantismo,
chorou a servidão de tantas vidas,
chorou pelas quimeras todas,
chorou o sangue das guerras,
a felicidade das mães,
a falta que sentem os netos,
as brigas dos namorados felizes,
a decepção dos pais,
o joelho ralado,
o braço quebrado,
tornozelo torcido,
o sol por entre as nuvens,
um sábado perdido...
Ah, como chorou o homem,
como chora ainda...
E por entre um soluço e outro,
é possível escutá-lo dizendo
que não volta pro mundo dele nunca mais,
que prefere o mundo dos homens,
desses homens que não entendem
a virtuosidade da própria tristeza e solidão.
Diz que chora por isso também,
e que vai viver assim...
Viver até morrer de chorar.
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