Nas ruínas de mim existem tantas de vocês,
nas minhas ruas internas
os muros são infestos dos nomes de vocês,
nas minhas casas altas
todos os dias fazem festas por vocês.
Nas minhas palavras intransigentes,
existem tantas,
nos meus monólogos esquisitos,
nas noites em que eu espalho sangue pelas paredes,
noites que eu faço de mim mesmo apenas um instrumento
pra diluir todo sofrimento que já vi.
Vocês nem imaginam,
mas existem tantas de vocês.
Nos meus pés, nos meus caminhos,
nos lugares que eu me esquivo,
nos cantinhos onde eu vivo melhor...
existem tantas de vocês.
No meu pedalar incansável,
na minha fuga diária,
no meu sono injustificado,
nesse desinteresse esquizofrênico...
existem tantas de vocês.
Nas minhas horas de solidão,
em todo estro inesperado,
nos domingos de sol, nas quartas chuvosas,
nos lírios, nos quartzos, nas ondas...
Existem tantas de vocês,
e parece que sempre existirão.
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