terça-feira, 29 de março de 2016

Nada de errado

Se bem me lembro, meu amor,
há algo que eu ainda não entendo
e preciso perguntar...

Por que você esqueceu nossas noites,
o diabo e o arpoador,
e me devolveu esse mundo gelado,
onde eu mal consigo arrumar outro amor,
onde você se meteu,
onde escondeu tudo que eu tanto amei?

Eu vejo casais nos nossos lugares,
escuto sua voz em todas as meninas,
eu vejo seu corpo no escuro do quarto,
eu fecho meus olhos e ainda te acho.

Ipanema é triste sem você,
não vejo o sol há mais de uma semana,
eu fecho a janela pra todo prazer,
e escancaro a porta pras nossas lembranças.

Eu vejo casais nos nossos lugares,
eu sonho toda noite com você,
escuto tragédias e nem me dou conta
o mundo é um faz de conta sem te ter.

E eu ando por aí enchendo a cara nos bares,
colecionando tristezas pela cidade,
mas se bem me lembro,
eu não fiz mesmo nada de errado,
meu amor, há tanto que ainda não entendo...

Por que você desistiu de nós dois,
quando resolveu virar ré confessa,
o que você disse pros seus pais,
onde é que enfiou todas as promessas?

E eu ando por aí, enchendo a cara nos bares,
nos baixos todos da cidade,
nos cantos onde Deus esqueceu de fazer seus milagres,
eu vou, esquecendo você,
abandonando o que eu sinto no escuro,
deixando o mundo vencer o nosso amor,
eu vou, sem reclamar, sem fazer barulho,
eu vou, sem dar um pio, caminhando no escuro,
eu vou, eu vou...

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